“Não só o ser humano fala-
O universo também fala-
Tudo fala-
Línguas infinitas.
O visível adere ao invisível-
O audível ao inaudível-
O palpável ao imperceptível.
Talvez o concebível ao impensável. “

Novalis

Quais são os sons que habitam nossas casas, nossos corpos, nossas janelas e memórias em tempos de distanciamento social?

Partindo de exercícios e conversas de sensibilização da escuta, a atividade estimula a exploração do mundo a partir da janela e também dentro de nossas casas. O grupo foi incentivado a escutar e gravar sons de suas casas para, ao final da oficina, construir uma narrativa coletiva na forma de peça sonora.

Em edição online, a Oficina Caçando Sons: Janela Indiscreta foi promovida pela Supervisão de Ação Cultural do Centro Cultural São Paulo e aconteceu entre os dias 17 de setembro e 8 de outubro de 2008 em quatro encontros online pela plataforma Zoom. As atividades foram conduzidas por Marta Fonterrada, Marisa Fonterrada e Biancamaria Binazzi.

Tudo Fala: UniVerSom: Criação coletiva a partir de registros sonoros feitos das casas de Bruna Luisa Monteiro (SE), Nalu Béco (SP), Isabel Bertevelli (SP), Claudevan Melo (SP), Gilberto Gonçalves (SP), Mauro Tanaka (Araçoiaba da Serra, SP), Victor Castelo (BSB), Suzy Veronica de Faria, Roque Pedro Isotton (RS), Fabio Yllen Blanes de Araujo, Hermínio Junior, Gislaine Perdon, Ana Celia de Lima Viana, Suzana Kátia de Assunção, Triz.

Estrelando: O Elevador, A Fístula,  As Máquinas de Lavar, Protesto das Maritacas, Zé em trânsito, O Cão e a Tigela, Passaradas, A avó da Nalu, Samba em conta-gotas, Chuva na madeira, A Coruja. Vozes de Gilberto Gonçalves, Victor Castelo, Gislaine, Suzana, Claudevan Melo, Isabel Bertevelli e Marisa Fonterrada.

Se você tivesse que descrever quem você é por meio de um som, qual seria? pantufas no assoalho de madeira; Som de taças brindando; um som grave, curto, timbre aerado; O som do violoncelo; Som de passos em folhas secas; pássaro; Vento; Chuva; o som do Acordeom; O som de algo sendo jogado na panela com óleo quente para fritar; silêncio; Violoncello; tuba; Dona de mim- Iza; O som de uma flauta doce , melodia triste. Não que eu seja triste, mas gosto de músicas tristes; Rouxinol; Seria a água, por hora lagoa em águas calmas, em outros momentos gotas de chuva ou até mesmo tempestade em alto mar; Beijo; com certeza seria uma mistura de sons cotidianos, como se estivesse numa casa cheia e desse pra ouvir os sons da rua. resumidamente seriam sons de alguém cozinhando, uma tv ou radio ligados, pássaros, carros e ônibus, burburinhos, passos, carros de som, etc; Som do uirapuru; Eu seria uma onda sonora de grandes vibrações; Respiração profunda; Um susurro; O som de um vendaval em uma árvore do tamanho de um prédio; Um balde com a boca pra baixo que entra na água; o ronco da risada que escapa quando é proibido dar risada; Folhas ao vento;

Se você tivesse que escolher um som para traduzir a sua cidade em tempos de isolamento social, qual seria? john coltrane; Som de pássaros; som lento, longo com alternâncias entre agudos e graves; O som das motocicletas; Eco das buzinas; Som de carros e ônibus; Paz; Tosses; Som do medo e da preocupação; Automóveis passando; orquestra desafinada; Chiado; Galinheiro; Dó; Som de lugar em obra; Som do motoboy; som do vento; Motores; muitas caixas de som tocando diferentes estilos musicais; Seria um som que vai da britadeira ao vento soprando as árvores.; Som dos carros passando na rua; O canto do sabiá; Carros e buzinas; Uma mistura de sons de obras e passarinhos; O código morse do pio de um pássaro de bico comprido; dos carros e pássaros, também tem meus vizinhos que brigam bastante; Liquidificador ligado.

Escute também a peça sonora Caçando Sons, etnografias paulistanas, produzida na primeira edição da oficina em 2018 no Centro Cultural São Paulo.

Referências:

FONTERRADA, Marisa. Música e meio ambiente: a ecologia sonora. São Paulo: Vital e, 2004.
OLIVEIROS, Pauline. Deep Listening:
A Composer’s Sound Practice. Iuniverse, 2005.
SCHAFER, Murray. A afinação do mundo. São Paulo: Es. Unesp, 2008.

  • O ouvido pensante. São Paulo: Ed. Unesp, 2008
  • Educação sonora. São Paulo: Melhoramentos, 2010.
  • OuvirCantar. São Paulo: Es. Unesp, 2018.
  • Vozes da tirania, templos do silêncio. São Paulo: Ed. Unesp, 2019.

Links:

The World Fórum for Acoustic Ecology – Soundscape – the Journal ir Acoustic Ecology
Escutando Cidades – Centro de Pesquisa e Formação do SESC

Facilitadoras:

Biancamaria Binazzi

Radialista e produtora cultural é graduada em Rádio e Televisão na Faculdade Cásper Líbero e mestra pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP). Especializada em rádio-documentários pela BBC Academy, atuou nas rádios Cultura FM, Cultura Brasil, Rádio USP e na Web Rádio do Centro Cultural São Paulo. É Idealizadora do projeto Goma-Laca e pesquisa música brasileira gravada em discos de 78rpm.

Marisa Trench de O. Fonterrada

Professora livre docente em Técnicas de Musicalização pela UNESP, doutora em Antropologia e mestra em Psicologia da Educação pela PUC-SP, bacharel em Música pelo Instituto Musical São Paulo. Docente do Programa de Pós-graduação em Música do IA/UNESP. Responsável pela criação e instalação da EMIA – Escola Municipal de Iniciação Artística – e da ETEC de Artes, do Centro Paula Souza, em São Paulo.

Marta Fonterrada

Mestra em Políticas Públicas pela Universidade de Mogi das Cruzes. Graduada em Rádio e TV na Fundação Armando Álvares Penteado. Desenvolve pesquisa, captação, documentação e edição de paisagens sonoras. Trabalhou nas Rádios Cultura AM e FM e coordena as atividades da rádio do Centro Cultural São Paulo.

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