A curadoria de dança do CCSP convida coreógrafas(os) a comporem uma obra sobre seus modos de criação, seus entendimentos de dança, suas referências, suas matérias-primas e seus trânsitos. Um registro visual como desdobramento de seu próprio processo criativo, do que se constitui a sua criação e seu modo de produção. Cada qual usará o que melhor lhe traduzir. Cada qual é único. É memorial e legado num modo não convencional. Trata-se menos de apresentar um repertório, mas de pensar legado como futuro e arquivo poético.
Na terceira edição do Caderno de Artista, o artista Luis Ferron apresenta a obra Mandalas:
Mandalas
A obra tem como objetivo traduzir a lógica no que se refere a processos de criação e a maneira como Luis manipula os materiais oriundos dos artistas com os quais trabalha em tempo e espaço. As organizações e sobreposições de imagens tentam traduzir essa lógica dionisíaca de compor, o que o artista considera sua característica principal. As propostas singulares, a maneira de interpretar de cada colaborador, se juntam e geram um mosaico plural. Um mosaico de ideias e propostas que geram formas e cores e também dão formas e cores a isso que se sente como uma grande mandala, a obra.
Luis Ferron
Artista da dança cênica desde 1983, tem como característica principal o trânsito entre corpos, culturas e as suas manifestações. Seu mote inspirador está pautado pelo cotidiano, pelo popular e pelas formas humanas que o compõe. Não pretende estar em grupos ou companhias de dança, mas sim numa constituição de companheiros artistas afinados com o mesmo desejo de discutir o tema em evidência.