Direto da Curadoria: cinema com Carlos e Célio

Carlos Gabriel Pegoraro e Célio Franceschet, curadores de cinema do CCSP, comentam sobre a edição virtual do festival Japan Cuts, uma das principais janelas do cinema japonês contemporâneo.

Toda a situação de isolamento social causada pela pandemia da Covid-19 trouxe a necessidade dos eventos culturais acontecerem no ambiente virtual, levando, de repente, festivais de cinema do mundo todo para dentro da casa das pessoas.

Nesse cenário, de 17 a 31 de julho, acontecerá virtualmente o festival Japan Cuts, uma das principais janelas do cinema japonês contemporâneo que acontece nos EUA, produzido em parceria com a Fundação Japão de Nova York.

As edições passadas do Japan Cuts sempre foram uma fonte de novos nomes e filmes japoneses para gente ficar de olho. Até porque o cinema japonês é um dos nossos grandes gaps de distribuição cinematográfica, com exceção de alguns nomes conhecidos como Hirokazu Kore-eda (que a Imovision sempre traz para o nosso mercado), Takeshi Kitano (que a mostra internacional de cinema tem um especial cuidado em sublinhar), Ryusuke Hamaguchi (de Asako I e II, selecionado para Cannes em 2018, e uma das indicações do diretor Bong Joon-ho, de Parasita, como um dos 20 grandes diretores a se olhar nos próximos 20 anos) e Kiyoshi Kurosawa (de O Fim da Viagem O Começo de Tudo).

No entanto, são filmes com uma estética, que podemos simplificar aqui, a título de conveniência, com uma estética de festivais, e portanto, mais palatáveis para um público cinéfilo ocidental. Colocamos de lado, portanto, uma grande fatia da importante e singular produção cinematográfica japonesa, em especial a de gênero, que incluem importantes lançamentos recentes como We Are Little Zombies, de Makoto Nagahisa, ou One Cut Of The Dead, de Shinichiro Ueda, que aqui no Brasil encontrou um fluxo de exibição cineclubista, apenas.

A ideia do Japan Cuts ser em formato streaming este ano, acessível a quem puder pagar ($7 dólares o longa-metragem, e $3 dólares o curta), é uma grande notícia, principalmente porque deixa de ser um evento localizado, e também porque as chances de qualquer um destes filmes, bem selecionados pelo time de curadores do festival, provavelmente, e digo isto porque acompanho o festival há pelo menos 10 anos, não serão lançados por aqui.

O filme de abertura, é, inclusive, o novo do diretor Shinichiro Ueda (One Cut of The Dead), Special Actors, que segue uma trupe de atores amadores enquanto se infiltram em uma rede secreta de um culto religioso chamado Musubiru. Para quem já conhece o novo e divertido cinema japonês, esta edição virtual do Japan Cuts é uma parada obrigatória, e para quem conhece pouco, um mergulho necessário e inusitado em uma cinematografia completamente singular.

Acesse a playlist com todos os trailers da line-up e o site do festival.

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