CINECLUBE DISGRAÇA SESSÃO 3: PROFANOS SAGRADOS

30/04

  • Domingo, às 15h
  • Na Sala Lima Barreto
  • Classificação Indicativa: 16 anos
  • Grátis
  • Retirada de ingressos na bilheteria 1 hora antes
  • É recomendado o uso de máscara

Na sessão Profanos Sagrados, exibiremos os filmes Nada levarei quando morrer aqueles que mim deve cobrarei no inferno (1981), de Miguel Rio Branco, e Semana Santa (2013), de Leonardo Amaral e Samuel Marotta. São dois filmes que, de modos distintos, perscrutam instantes de prazer carnal, graça e iluminação em meio a rituais cotidianos de sofrimento. Após a sessão haverá conversa entre o público, curadores e os convidados Leonardo Amaral e Renato Trevizano dos Santos. A sessão também comemorará os dez anos de lançamento de Semana Santa, filme pouco exibido.

FILMES

NADA LEVAREI QUNDO MORRER AQUELES QUE MIM DEVE COBRAREI NO INFERNO, de Miguel Rio Branco

BRA, 1981, 19 min., exibição em arquivo digital

Conhecido no campo da arte e ignorado no do cinema, Nada levarei qundo morrer aqueles que mim deve cobrarei no inferno (1981) de Miguel Rio Branco, no entanto, incorpora e adensa não só o seu trabalho de grande fotógrafo, artista visual. O filme se apoia num entranhado processo de uso da câmera-na-mão (versus uma fixidez-meio-besta) que se desenvolvia na tradição do moderno cinema brasileiro, compreendendo o cinema novo, o marginal e o experimental superoitista – universos de seu convívio, aos quais responderia, terminante, com a mais implacável agudeza visual dentre as estéticas da fome. Na sua tensa interação com o arruinado bairro do Maciel em Salvador, vibraria estática, ou não, a paisagem humana contorcida de risos esgarçados em torpor dolorido, a se esfolar descalça bem na Baixa do Sapateiro. Como se um simples soslaio fosse a visão mais direta, à 1ª vista o seu modo de olhar aberto ricocheteia às escâncaras, algo barroco em sua sintaxe dialética, como sofresse das tensões fortes entre o estar ali do que é focado e da câmera, ligados sempre por um fio de certa voltagem e quiçá a descapar-se. O devir gentrificado desse tradicional bairro do Pelourinho resplandece torto, ali tomado justo por quem da nossa História herdou as chibatadas. (Rubens Machado Jr.)

SEMANA SANTA, de Leonardo Amaral e Samuel Marotta

BRA, 73 min., exibição em arquivo digital

“Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem!”

Sobre os convidados

Leonardo Amaral

Nascido em Divinópolis, MG, em 1984. Documentarista, diretor e roteiristas, tendo codirigido o longa-metragem Semana Santa (2013), além de vários curtas-metragens exibidos em festivais nacionais e internacionais, dentre os quais A Janela ou Vesúvio (2010), Sandra espera (2014), Prenome Walter (2016), A Chinesa de Riad (2018) e Coração Migrante (2020). Curador das mostras Tempos de Kuchar (SESC, BH, 2016), Mostra Escola: Cidade Aberta (Caixa Cultural, SP, 2017), Retrospectiva Helena Solberg (CCBB, SP-RJ-DF, 2018), El Camino – Cinema de Viagem na América do Sul (CCBB, SP-RJ-DF, 2023) e Retrospectiva Geraldo Sarno (CCBB, SP-RJ-DF, 2023). Membro das Comissões de Seleção de: Festival de Curtas de BH (2010 a 2014), forumdoc.BH (2015 e 2017), Semana de Cinema (2016), Lumiar (2018). Doutor, Mestre e Graduado em Comunicação Social (Cinema) pela UFMG. Pesquisador de cinema e crítico, tendo escrito pelas revistas eletrônicas Filmes Polvo, Cinética, Zingu!.

Renato Trevizano dos Santos

Renato Trevizano dos Santos é Doutorando e Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Meios e Processos Audiovisuais (PPGMPA-ECA-USP), com pesquisa sobre santidades, fantasmagorias e monstruosidades no cinema queer. Bacharel em Audiovisual pela ECA-USP, foi curador de mostras cinematográficas no CINUSP Paulo Emílio entre 2016 e 2018. É autor do livro de poemas “Mágicas dores mínimas” (2022, editora Urutau).

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