Mais do que uma maneira de valorizar a cultura à qual pertencemos, o consumo de literatura nacional se tornou uma forma revolucionária de resistência e de empoderamento – especialmente para questionar paradigmas e combater preconceitos e intolerâncias.
No Mês do Orgulho, assista a uma coletânea de entrevistas disponíveis no YouTube de/sobre alguns grandes nomes da literatura brasileira que representam e retratam a comunidade LGBTQIA+:
Amara Moira
Amara Moira é, segundo ela mesma, doutora, professora, escritora, militante e travesti putafeminista. Mulher de extrema potência, Amara se descobriu escritora na vida de prostituta, período em que registrava suas experiências no blog E Se Eu Fosse Puta? – que depois se tornou livro. Amara foi a primeira pessoa trans a defender um doutorado na Unicamp com o nome social, na área de Estudos Literários, e hoje se prepara para ministrar um curso literário no MASP sobre Violência Sexual na literatura.
>> clique para ver o debate de Amara com Djamila Ribeiro.
>> clique aqui para acessar o perfil de Amara Moira no Instagram.
Cassandra Rios
Nos anos 60, surge a primeira autora do Brasil que narra com naturalidade sobre a homossexualidade feminina. Cassandra Rios, além de pioneira, não coincidentemente, é também a pessoa mais censurada da ditadura militar. Cassandra combatia os estereótipos das mulheres lésbicas, retratando mulheres cheias de profundidade, complexidade e empatia, e é até hoje uma figura cuja vida e obra são muito importantes para a sociedade brasileira. Confira o teaser do documentário Cassandra Rios: A Safo de Perdizes.
Bárbara Esmenia
Bárbara Esmenia faz poesia contemporânea. Seus poemas transbordam denúncias e reflexões sobre raça, decolonialidade, paixões, desejos, natureza e lesbiandades, sempre com um trabalho estético e afiado. Sua obra brota dos saraus periféricos e ganha espaço na internet, e pode ser encontrada em seu canal do Youtube e em seus livros publicados Penetra Fresta e Tribadismo: Mas Não Só.
Tatiana Nascimento
Tatiana Nascimento é poeta, cantora, pesquisadora, ativista, tradutora e editora de livros artesanais. Em suas obras, trata de temas como a lesbiandade, questões relacionadas à heteronormatividade e a cultura iorubá, mas do ponto de vista das Letras e do envolvimento de mulheres pretas na literatura. Sua obra pode ser conferida no Instagram e no Youtube. Para conhecer melhor a história e as influências de Tatiana Nascimento, assista essa entrevista para o Itaú Cultural.
* Bárbara e Tatiana são criadoras do Selo Padê Editorial, uma editora independente que busca publicar autoras negras, periféricas, lésbicas, travestis, pessoas trans e bissexuais em tiragens pequenas e artesanais. Clique aqui para conhecer o site da editora.
Texto: Isabela Pretti