4, 6, 11, 13, 18 e 25/05
01, 15 e 22/06
- Confira toda a programação abaixo
- Classificação Indicativa: livre
- Grátis
- Inscrições para a oficina via formulário até 02/05
- É recomendado o uso de máscara
A partir de 04 de maio, acontece o “Seminário Poéticas e possíveis sobre a terra e o território”, que conta com o LAB Poéticas da terra, encontros com artistas e vivências em campo. O objetivo do projeto é estimular a discussão em bases coletivas sobre ações, práticas, pensamentos e “sonhos” para questões vitais para toda a sociedade, como a relação com os rios, os riscos aos biomas naturais e a modificação das paisagens, entre outras, analisando seus impactos e reflexos ambientais e corporais para os humanos e não humanos.
Contando com temas diversos, que visam somar ao debate sobre as mudanças climáticas atuais, o evento busca incentivar discussões que problematizam a natureza como um recurso para o crescimento econômico, a situação das populações em vulnerabilidade social, o racismo ambiental e a importância da valorização dos conhecimentos, tecnologias e saberes tradicionais como possibilidade de uma reconstrução sustentável, justa, coletiva e inclusiva.
O LAB Poéticas da Terra, com Gabriela Leirias, curadora e pesquisadora sobre as intersecções entre arte e território e Teresa Siewerdt, artista que desenvolve investigações experimentais sobre práticas poéticas artísticas ligadas à terra, será o vetor condutivo do evento, refletindo seus conceitos, características e conteúdos, aprofundando as temáticas propostas e promovendo debates, o compartilhamento de informações e a participação coletiva para o estabelecimento de um espaço participativo.
“A ideia é estimular o debate e conhecimento sobre ações e práticas disruptivas, propondo temas e questões que revelam posicionamentos críticos diante do recrudescimento social, a pandemia e o retrocesso político que coloca em risco as florestas, os povos originários e tradicionais, os ecossistemas e a vida humana como um todo”, afirma Gabriela Leirias, curadora do projeto.
“Queremos criar um ambiente provocativo, aberto a múltiplas vozes e experiências, investigar a potência das produções artísticas questionando o que está posto, mas sobretudo instigar novos caminhos”, completa Leirias.
Vivências
Outro destaque do “Seminário Poéticas e possíveis sobre a terra e o território” são as atividades que proporcionam uma experiência presencial, no universo humano e socioambiental, como a Vivência na Aldeia Kalipety na Terra Indígena Tenondé Porã, com a coordenação de Jerá Guarani, e o Encontro no Cerrado Infinito, obra viva de Daniel Caballero que consiste no primeiro experimento de recriação de uma paisagem de Cerrado dentro de uma área urbana pública, localizada na capital paulista.
Como principal proposta, o Seminário busca ampliar a visibilidade de outros modos de vida, vozes e narrativas que apresentam uma lógica diferente da hegemônica dominante e, para tanto, procurou reunir diferentes manifestações artísticas e sociais para propor mudanças efetivas nos modos de pensamento, nos valores e nas práticas socioambientais, que incluem nomes como Gustavo Caboco, Allan da Rosa, Gustavo Torrezan, (se)cura humana, Ines Linke, Louise Ganz, Jerá Guarani, Anai Vera e Daniel Caballero.
Com programação gratuita e classificação livre, o projeto é aberto para interessados em geral, artistas, ativistas, pesquisadores, educadores, cientistas, professores, estudantes e entusiastas.
O “Seminário Poéticas e possíveis sobre a terra e o território” conta com o apoio do PROAC – Formação de Arte e Cultura 2023.
LINE-UP
Agenda de Palestras:
04/05, das 19h às 21h
Na Sala de Debates
Palestra “PPytū, Roky, Jeroky. Campo invisível das traduções”, com Gustavo Caboco e Anai Vera.
Anai Vera é paraguaia e mora no Brasil. Estudou Biologia na UFMS, mas mudou de profissão ao virar mestra em Antropologia Social pela UFSC. Apoia e assessora organizações que trabalham em prol dos Direitos dos Povos Indígenas. Trabalhou 10 anos no setor público, no Ministério de Educação e Ciências e na Secretaria Nacional de Cultura do Paraguai, participando na construção coletiva das políticas públicas com e para os povos indígenas. Atualmente é doutoranda em Antropologia Social pelo PPGAS/USP, onde pesquisa sobre etnologia guarani, focando nas interações vegetais e as relações entre humanos e não-humanos.
Gustavo Caboco, nascido em Curitiba, Roraima. (1989). Artista visual Wapichana, trabalha na rede Paraná-Roraima e nos caminhos de retorno à terra. Sua produção com desenho-documento, pintura, texto, bordado, animação e performance propõe maneiras de refletir sobre os deslocamentos dos corpos indígenas, as retomadas de memória e na pesquisa autônoma em acervos museológicos para contribuir na luta dos povos indígenas.
06/05, das 15h às 17h
Na Sala de Debates
Palestra “Investigar o território – Projetos do thislandyourland”, com Ines Linke e Louise Ganz.
O grupo thislandyourland, formado por Ines Linke e Louise Ganz, realiza desde 2010, trabalhos que relacionam arte, natureza e cidade. Criam fricções e ficções em diferentes espaços abertos – públicos e privados, urbanos e rurais – elaborando e problematizando também seus limites e fronteiras. Ao mesmo tempo questionam e provocam a participação das pessoas para experimentarem novas formas de ocupação, sociabilidades e afetos. Ines Linke é artista visual, cenógrafa, pesquisadora e professora da UFBA, e Louise Ganz é artista visual, arquiteta e professora da Escola Guignard, UEMG.
13/05, das 15h às 17h
Na Sala de Debates
50 vagas
Palestra “Cismar com os rios da cidade”, com Allan da Rosa e (se)cura humana (Flavio Barollo e Wellington Tibério).
Allan da Rosa é historiador, escritor e angoleiro. Mestre e Doutor em Cultura e Educação pela USP é autor de ensaios, ficção e teatro. Em 2021, lançou o livro “Águas de Homens Pretos – Imaginário, Cisma e Cotidiano Ancestral em SP”, fruto de sua pesquisa de doutorado.
Flavio Barollo (videoartista e performer)
Artista multidisciplinar, transitando entre as cênicas, a performance, o audiovisual e a música. Artista ativista ambiental, pelo coletivo (se)cura humana, com ações de guerrilhas artísticas urbanas e aquáticas. Dos trabalhos recentes, destaque no audiovisual para a direção do curta Deserto SP, gravado entre o deserto do Atacama e São Paulo; na música, o álbum “(se)cura com água” com 5 músicas de autoria de Zimbher; na performance Piscina do Fim do Mundo e Corpo-Árvore, todos trabalhos assinados pelo (se)cura humana. No teatro, é membro da Cia do Tijolo e Coletivo Ópera Urbe. Na criação audiovisual com o estúdio casadazica.
Wellington Tibério (geógrafo e músico)
Formado em Geografia, mestrado em educação pela USP, doutorando pela USP. É professor de Geografia. É músico percussionista. Realiza ações para que a cidade valorize mais seus rios e nascentes por meio do coletivo (se)cura humana, utilizando água de nascentes que correm no meio fio como ação para mobilizar a comunidade, como a performance Parque Aquático Móvel. É responsável por criar e executar projetos para manejo de águas fluviais, filtros e mini lagos, como o Lago da Travessa. Performer nas obras Piscina do Fim do Mundo e Corpo-Árvore, do (se)cura humana.
20/05, das 14h às 17h30
Na Sala de Debates
Palestra “Florestar: Cerrado, Amazônia, Mata Atlântica”, com Daniel Caballero, Jera Guarani, Gustavo Torrezan no Cerrado Infinito.
Daniel Caballero é artista visual e pesquisador de São Paulo, cidade onde reside e trabalha. Sua relação pessoal com a cidade é o campo de experimentação onde atua como observador ativo. Seu trabalho se manifesta em diversas mídias, que vão de suportes tradicionais como desenho, instalação ou vídeo, a ações fora do espaço expositivo institucional, tentando novas formas de engajamento da obra e do espectador.
Gustavo Torrezan é artista, educador e pesquisador. Doutor em poéticas visuais pela Unicamp, pós-doutor em educação e novas tecnologias pela PUC-SP. Seus trabalhos e pesquisas podem ser vistos em www.gustavotorrezan.com
Jera Guarani é agricultora, escritora e liderança Guarani Mbya da Terra Indígena Tenondé Porã, no extremo sul de São Paulo. Pedagoga pela Universidade de São Paulo (USP), foi professora e diretora da Escola Estadual Indígena Gwyra Pepó.
Agenda de Oficinas:
11, 18 e 25/05 e 01, 15 e 22/6, sempre das 15h às 18h
Na Sala de Debates
Oficina “LAB Poéticas da terra”
Sinopse: O LAB Poéticas da terra, coordenado por Gabriela Leirias e Teresa Siewerdt propõe criar um espaço interdisciplinar de experimentações, reflexões e práticas a fim de investigar, criar e debater táticas e estratégias de (sobre)vivência diante dos desafios do Antropoceno. O LAB acompanha as atividades do seminário Poéticas e Possíveis sobre a Terra e o Território, aprofundando coletivamente as temáticas abordadas e os trabalhos dos artistas participantes. Serão compartilhadas as pesquisas das proponentes relacionadas a práticas artísticas e ativistas ligadas à terra e ao território.
O link para inscrição está disponível no formulário acima.
Teresa Siewerdt é artista visual, educadora e pesquisadora de mundos. Vive e trabalha em São Paulo desde 2010. Atualmente é doutoranda em Poéticas Visuais na USP, onde desenvolve uma investigação experimental sobre práticas poéticas artísticas interessadas no cultivo, no uso, na ocupação e num pensar com a terra na arte contemporânea. Em seus trabalhos, a intersecção entre o natural e o artificial, vida e morte, construção e destruição, público e privado, aparecem em performances, projetos comunitários, intervenções e instalações, onde frequentemente a concepção de jardim, assim como a prática do cultivo de plantas, desenraizam e combinam sentidos políticos, sociais, ecológicos e culturais.
Gabriela Leirias é pesquisadora, curadora e realiza projetos em arte contemporânea e geografia a partir de discussões sobre espaço, territorialidades, corporalidades, concepções de natureza, cartografias alternativas e arte pública.
Mestre em Artes pela ECA/USP, especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea pela EMBAP/PR e graduada em Geografia pela FFLCH/USP. Trabalha com metodologias colaborativas e transdisciplinares e desenvolve laboratórios nas intersecções entre práticas artísticas e pedagógicas. Destaca-se os projetos Aqui passa um rio, que investiga poeticamente os rios invisíveis da cidade de São Paulo, o Projeto Jardinalidades: jardinagem como prática artística e criação de territorialidades, Corpo político, corpo sensível – o fluxo das mulheres no espaço público e o direito à cidade, projeto de investigações poéticas e políticas sobre o corpo feminino no espaço público com encontros e vivências.
Curadora da Plataforma Jardinalidades, que realiza ações de pesquisa e produção em arte contemporânea desde 2014. Curadora da Exposição “Jardinalidades: poéticas sobre natureza, corpo e cidade” no Sesc Parque Dom Pedro II e da Exposição “Experimento Paisagem” no Sesc São José dos Campos.
02 a 04/06
Imersão na Aldeia Kalepity (Terra Indígena Tenondé Porã, Parelheiros), com Jera Guarani.
30 vagas
Sinopse: Compõe o Lab Práticas da terra, a imersão na Aldeia Kalepity (Terra Indígena Tenondé Porã, Palheiros). É apenas para participantes do LAB e serão 3 dias de imersão coordenados por Jera Guarani e lideranças da aldeia. Os custos de deslocamento, alimentação e a contribuição para a aldeia serão cobertos pelo projeto.
LAB Poéticas da terra – CIRCULAÇÃO
Encontro com Gabriela Leirias, proponente e curadora do projeto, em que serão abordados conteúdos relacionados ao Lab Poéticas da terra e ao seminário. Conta com a articulação de um anfitrião das cidades de Campinas, São José dos Campos e Ubatuba.
Esse projeto foi contemplado pelo 48° EDITAL PROAC EXPRESSO, Formação de Arte e Cultura.
Ficha técnica
Anai Vera, Gustavo Caboco, Ines Linke e Louise Ganz (thislandyourland), Allan da Rosa, (se)cura humana, Flavio Barollo, Wellington Tibério, Daniel Caballero, Gustavo Torrezan, Jera Guarani, Teresa Siewerdt e Gabriela Leirias.