Inscrições abertas a partir de 02/09
Início em 16/09
- Às sextas-feiras, das 16h30 às 19h30
- Em frente à Gibiteca
- Classificação Indicativa: livre
- Gratuito
- Clique aqui para se inscrever
- É recomendado o uso de máscara
O projeto “O Mundo na Biblioteca: Leituras Coletivas sobre Refúgio e Direitos Humanos” foi selecionado pelo 9º Edital de Concurso de Projetos de Mediação em Arte e Cidadania Cultural – Especial 40 anos do CCSP / 2021-2022.
O projeto tem como principais objetivos: estimular a interação do público com o acervo e os diversos espaços das bibliotecas do Centro Cultural São Paulo; fomentar o debate sobre a temática do refúgio e dos direitos humanos desta população por meio da literatura; estabelecer espaços de diálogo com pessoas em situação de refúgio por meio de suas narrativas e experiências.
Ao longo dos encontros serão discutidas 10 diferentes leituras de distintos gêneros literários que abordam temas como o refúgio, o exílio, a identidade, a memória, a narrativa, o pertencimento, o deslocamento, os direitos humanos, os conflitos sociais, a história política, a xenofobia, o pós-colonialismo, a diversidade e as ações afirmativas. A mediação contará com atividades e um bate-papo com uma pessoa convidada que vive no Brasil em situação de refúgio.
O Mundo na Biblioteca: Leituras Coletivas sobre Refúgio e Direitos Humanos propõe um novo olhar sobre os acervos e os espaços do complexo de bibliotecas abrigadas pelo Centro Cultural São Paulo, promovendo uma redescoberta não apenas dos títulos presentes em suas prateleiras em busca de obras/textos de todo o mundo que nos sirvam de pretextos para discutir as temáticas destacadas, mas também dos recantos que podem nos servir como espaços de mediação, de modo a incentivar e ressignificar o contato com o “chão” das bibliotecas enquanto espaços de potência criativa. Por este motivo, a proposta das atividades do projeto centra-se, em sua maioria, em obras que já se encontram no catálogo das bibliotecas e em seus espaços físicos como a Praça das Bibliotecas, a Biblioteca Sérgio Milliet, a Sala Infanto-juvenil e a Gibiteca Henfil.
Cada obra literária será abordada durante duas semanas, sendo um encontro de mediação voltado para o PÚBLICO GERAL e um encontro voltado para o público de EDUCADORES.AS.IES.
As mediações voltadas para EDUCADORES.AS.IES terão como principal preocupação a discussão dos temas relacionados à leitura em diálogo com a educação e práticas educativas.
IMPORTANTE >>> A não leitura da obra NÃO impede a participação do público, visto que serão trabalhados fragmentos e outros aspectos da leitura em diálogo com referências e conversas com convidados da mediação. Então, pode vir mesmo sem ter lido.
Se quiser, confira aqui os livros que já foram discutidos durante o primeiro ciclo da programação.
PROGRAMAÇÃO
MEDIAÇÃO COM PÚBLICO GERAL
16/09
Mediação da coletânea de poemas Da presença da ausência de Mahmoud Darwish, com a participação de Rawa Al-Saghir (Palestina).
30/09
Mediação da contação de histórias de Olelê – Uma Cantiga da África de Fábio Simões e Marília Pirillo, com Prudence Kalambay (Rep. Dem. Congo).
MEDIAÇÃO COM EDUCADORES
23/09
Mediação da coletânea de poemas Da presença da ausência de Mahmoud Darwish, com a participação de Rawa Al-Saghir (Palestina).
07/10
Mediação da contação de histórias de Olelê – Uma Cantiga da África de Fábio Simões e Marília Pirillo, com Prudence Kalambay (Rep. Dem. Congo).
SINOPSES DOS LIVROS
“Da Presença da Ausência” de Mahmud Darwich – Foi publicado em 2006, dois anos antes da morte do grande poeta palestino, Mahmud Darwich. Sabendo que a morte estava próxima e pensando que este seria seu último livro, ele criou algo que foge a qualquer possibilidade de classificação, um híbrido. Nas palavras do próprio autor: “Eu estava buscando uma outra forma de escrita. Este texto é a convergência de dois gêneros: prosa e poesia”. Da presença é, também, uma auto-elegia – um gênero corrente na poesia árabe clássica. Ao longo de vinte seções, Darwich aborda temas que marcaram toda a sua vida: o amor, o exílio, a nakba, a morte, a existência… Darwich foi o poeta mais popular e proeminente do mundo árabe, admirado também em muitos países onde sua obra foi traduzida.
“Olelê – Uma Canção da África” de Fábio Simões e Marília Pirillo – A história por trás de uma tradicional cantiga infantil do povo que vive às margens do Rio Cassai, na República Democrática do Congo. A canção cita palavras de origem bantu introduzidas no Brasil na época da escravidão. Na época da cheia, quando as águas do Rio Cassai sobem, quem está nas áreas baixas precisa migrar para os lugares mais altos. É hora de cantar a música que vai dar coragem às crianças que terão que atravessar o rio. O Kala, o homem mais velho da aldeia, chama os mais novos assim: “Olelê, olelê!”. Os meninos e as meninas entendem que é para a criançada se reunir, entrar nos barcos e começar a perigosa travessia.
SOBRE OS MEDIADORES
Anas Obaid. É jornalista, ator e ativista dos direitos humanos em prol da causa das pessoas em situação de refúgio, condição em que vive no Brasil desde que deixou a Síria, seu país de origem, em 2015. É coordenador de eventos na ONG Instituto ADUS e tem participado de diversos projetos relacionados à educação e à mediação em torno da temática do refúgio e dos direitos humanos, dentre os quais o projeto Ponto Zero do Refúgio. É palestrante e oficineiro em ações sobre essas temáticas e também sobre a cultura árabe em geral.
Ivan de Melo. É historiador, educador, produtor cultural e ativista dos direitos humanos. Tem experiência como educador e mediador no campo das artes com trabalhos voltados para linguagens como as artes visuais, teatro, cinema e literatura. Atua como ativista dos direitos humanos em prol das pessoas em situação de refúgio junto ao projeto Ponto Zero do Refúgio, e é produtor de conteúdo, mediador e curador no projeto Caneca de Livros.
Ponto Zero do Refúgio é um coletivo independente idealizado pelo jornalista e ativista sírio Anas Obaid e pelo historiador e educador Ivan de Melo. Atuando em duas frentes, a produção cultural e a informacional, o projeto tem trabalhado na produção de ações socioeducativas e eventos culturais em torno de temas como o refúgio e os direitos humanos junto a uma rede de colaboradores, além da mediação e elaboração de conteúdo sobre estes tópicos nas redes sociais, como no Instagram e no Clubhouse.
SOBRE AS CONVIDADAS
Rawa Alsagheer (Palestina) é professora e ativista palestina. Nascida na Síria após seus pais terem deixado a Palestina durante a ocupação do território pelas forças israelenses em 1948, evento conhecido como a nakba (a catástrofe), Rawa foi forçada a deixar seu primeiro país de refúgio em 2014 após os conflitos bélicos que assolaram a Síria. Junto a sua família, na época espalhada ilegalmente em diversos países do Oriente Médio e da Ásia, decidiu solicitar refúgio no Brasil, onde vive desde então. Rawa é professora de língua árabe e ativista em prol da libertação do território palestino, participando de eventos e divulgando a história e resistência de seu povo.
Prudence Kalambay (Rep. Dem. do Congo) é atriz, modelo e ativista congolesa da República Democrática do Congo. Após deixar seu país natal em direção à Angola devido a fortes perseguições políticas, escolheu rumar em direção ao Brasil em 2008. Hoje vive no país junto a suas filhas e sua netinha. Além de participações especiais em novelas como “Órfãos da Terra”, documentários e curtas-metragens, Prudence tem se dedicado a apresentar ao público brasileiro as danças tradicionais de seu país em workshops, feiras e demais eventos.