IX DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental (2023)

03 a 08/10 

  • Confira o horário de cada dia da programação
  • Sala Paulo Emílio
  • Classificação indicativa: 16 anos
  • Grátis
  • Retirada de ingressos 1 hora antes na bilheteria 
  • É recomendado o uso de máscara

O DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental acontece desde 2015 na cidade do Rio de Janeiro com realizações anuais ininterruptas, tendo se firmado como um espaço de encontro e efervescência cultural em torno das artes fílmicas nas suas mais variadas formas expandidas, proporcionando ao público um acesso imersivo a filmes, performances, oficinas de criação, palestras e mesas redondas em torno da pluralidade da produção experimental contemporânea e histórica.

Em 2023 o DOBRA chega à sua 9a edição consecutiva e desembarca pela primeira vez na cidade de São Paulo, levando uma itinerância de sua programação para a sala de cinema do Centro Cultural São Paulo. Entre 3 e 8 de outubro, o Festival apresentará um panorama da produção internacional de cinema experimental, com enfoque especial na produção latino-americana. 

Serão exibidos 7 programas no total. Desses, 3 programas foram organizados por Cristiana Miranda e Lucas Murari, curadores do Festival, a partir das inscrições recebidas na Convocatória aberta em maio passado. Os outros 4 programas foram propostos pelos convidados Àngela López Ruiz (Uruguai), Mónica Delgado (Peru), Pablo Mazzolo (Argentina) e Sebastian Wiedemann (Colômbia), que participam do Encontro Latino- Americano de Cinema Experimental a ser realizado pelo DOBRA no Rio de Janeiro no fim de setembro. Além  da exibição dos filmes, a programação do Festival em São Paulo contará com duas palestras, abertas a todo o público: a primeira será “Ecologias do Cinema”, ministrada por Lucas Murari no dia 6 de outubro, às 20h; e a segunda será “Investigando o movimento: riscar a imagem e fazer cinema – a intervenção direta na película na criação de imagens fílmicas, a magia do cinema sem câmera na prática experimental”, ministrada por Cristiana Miranda no dia 7 de outubro, às 20h. O DOBRA também oferecerá o Workshop “Investigando o movimento”, que contará com 10 vagas a serem preenchidas mediante inscrição prévia.

A edição 2023 do Festival está sendo correalizada pelo Coletivo DOBRA e a Firula Filmes, conta com opatrocínio da RioFilme e do CCSP e o apoio institucional da Cinemateca do MAM-RJ.

Sobre o Circuito Spcine  

Criado em 2016, o Circuito Spcine é a rede de salas de cinema da Prefeitura de São Paulo. Com o objetivo de democratizar o acesso ao entretenimento audiovisual, o projeto possui salas de cinema em todas as regiões da capital paulista, preferencialmente em bairros não atendidos pelas salas comerciais.  

Com mais de 1,7 milhões de espectadores desde o início do projeto, o Circuito Spcine é a maior rede de salas públicas de cinema do Brasil e uma das mais importantes da América Latina.

Para ter acesso à programação completa do Circuito Spcine, acesse: https://www.circuitospcine.com.br/  

PROGRAMAÇÃO

03/10  

20h Programa “Novas formas dos noturnos”

Curadora Convidada: Mónica Delgado

04/10 

18h Programa “Dramaturgias de corpos dançantes”

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

20h Programa “Este muro no soy yo”

Curadora Convidada: Àngela López Ruiz

05/10 

18h Programa “Plasticidades da Memória: Cinema Experimental Colombiano Recente”

Curador Convidado: Sebastian Wiedemann / Hambre espacio cine experimental

20h Programa “Retrospectiva Pablo Mazzolo”

06/10 

18h Programa “Olhares sobre o Brasil contemporâneo”

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

20h Palestra “Ecologias do Cinema Experimental”

Com Lucas Murari

07/10 

16h Programa “Novas formas dos noturnos”
Curadora Convidada: Mónica Delgado

18h Sessão RAGTAG

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

20h “Investigando o movimento: riscar a imagem e fazer cinema – a intervenção direta na película na criação de imagens fílmicas, a magia do cinema sem câmera na prática experimental”

Com Cristiana Miranda

08/10 

18h WORKSHOP “Investigando o movimento: criação de imagens fílmicas pelo processo de intervenção direta na película 16mm”

Com Cristiana Miranda

FILMES E SINOPSES

Programa “Novas formas dos noturnos”

Curadora Convidada: Mónica Delgado

Aqui não há espectros.

Em meio a esses noturnos há corpos em oscilação, em buscas, em jornadas, em trânsito, explorando seus ambientes. Em seu Dicionário de símbolos, Alain Gheerbrant e Jean Chevalier defendem que a noite é o início dos dias, e é também “o tempo das gestações, das germinações ou das conspirações que vão irromper em pleno dia como manifestações de vida”. Ao mesmo tempo, é o terreno do incerto, do onírico, do escuro e do silencioso. E este ambiente abriga seres e formas noturnos, que se movem num regime liberto, fértil, sem

limites, livre para a imaginação. Noites que precisam de barulho e luz. Por isso, essa seleção de obras de cineastas da Argentina, Chile, México, Peru e Venezuela se propõe como uma porta, como um início de diversas jornadas, como capítulos, como primeiros versos, como atmosferas que não exigem o onírico como um absoluto para para se referir ao sonho (redundâncias à parte). Aqui o sonho é uma floresta, é matéria, é ritmo, que conecta os personagens em seus passeios, em suas formas alucinatórias, como janelas que separam o mundo exterior do olhar interior.

Há alguns versos do poeta peruano Jorge Eduardo Eielson que afirmam que “A luz que é só luz / Quando ilumina uma coisa / Não é luz verdadeira”. Na seleção de curtas-metragem latino- americanos escolhidos para este programa, não há, no meio deste estado meio entorpecido, uma luz que seja só luz: há espasmos, memórias entrelaçadas, cidades e florestas transformadas, fotogramas que emergem como filhos da própria escuridão, e que nascem de flashes e ritmos que sentimos. Assim, através desta seleção propõe-se um percurso que vai desde o encerramento do dia numa abstração cotidiana, até um clímax físico como forma de início e fim.

Filmes:

lá com guirlandas fantásticas ela veio (allí con guirnaldas fantásticas vino ella), de Sofía Peypoch. México, 2022, 24’

Morfología de um sonho (Morfología de un sueño), de Malena Szlam. Chile/Canadá, 2015-2018, 5’30’’

Enquanto espero (Mientras espero), de Nicole Remy. Peru, 2020, 5’47’’

Insônia (Insomnia), de Ernesto Bacca. Argentina, 2016, 5’36’’

Chances de luz, de Valentina Alvarado Matos. Venezuela/Espanha, 2018, 8’

Reflexão Noturna IV (Reflejo Nocturno IV), de Benjamin Ellenberger. Argentina, 2020, 5’

Você repete para si mesmo com a força de um trovão (Lo repetís hacia adentro con la fuerza de un trueno), de Luciana Foglio e Luján Montes. Argentina, 2019, 12’’


Programa “Dramaturgias de corpos dançantes”

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

O cinema é uma arte do corpo, matéria viva que atravessa lentes e máquinas, e se projeta em pequenas partículas levadas pela luz. O cinema experimental sempre reivindicou um corpo vivo, que experimenta a imagem sem hierarquia entre ela e aquilo que a rodeia, o público e o autor. Um corpo que revela segredos e memórias, assume suas mágoas e seus desejos. O programa “Dramaturgias de corpos dançantes” reúne um grupo de filmes que traçam percursos que vão do Brasil à Ucrânia, passando pelo Canadá, França e Alemanha,

unidos pela experiência de um tempo onde o corpo do artista atravessa a solidão e a guerra, a memória incômoda de um século que começa anunciando o fim dos tempos. Cinema de um corpo que dança, esses filmes se afirmam como potências de vida e crítica, afeto e contágio da pulsão de viver.

Filmes:

Feitiço, de Khalil Charif. Brasil, 2023, 6’

Aspecto Fantasma (Phantom aspecto), de Oleksandr Isaienko. Ucrânia, 2023, 5’20’’

Ela Está Pronta (She’s Ready), de Nina Cavalcanti. Alemanha, 2022, 8’45’’

Estrelas em Albaicin (Stars at Albaicin), de Jean-Michel Bouhours. França, 2023, 7’10’’

Variações e Permutações (Variations and Permutations), de Cheryl Pagurek. Canadá, 2022, 7’

ÁLAMO, de Lívia Sá. Brasil, 2023, 8’18’’

Primavera em cada vida, de Joaquim Castro e Rafael Saar. Brasil, 2022, 14’32’’


Programa “Este muro no soy yo”

Curadora Convidada: Àngela López Ruiz

Este programa apresenta a segunda edição da curadoria “Este muro no soy yo”. Um conjunto de filmes e vídeos experimentais que abordam a questão dos muros que as mulheres e os dissidentes têm enfrentado neste continente que hoje conhecemos como América Latina. Trata-se de um panorama traçado a partir do prisma da perspectiva dos feminismos anticolonialistas.

No primeiro segmento do programa são exibidas obras que podem ser consideradas marcos nas narrativas históricas do cinema latino-americano, filmes nos quais a performatividade sonora e as corporalidades se entrelaçam com as qualidades materiais do suporte analógico para criar um ambiente psicodélico que desafia as convenções instaladas pelos governos repressivos no Cone Sul.

No segundo segmento são expostos os problemas das fronteiras impostas tanto pela necropolítica como pelos sistemas de opressão que ela implica. Não se trata aqui apenas de conflitos geopolíticos, interessa-nos mostrar as territorialidades que não estão representadas no mapa. Este segmento fala sobre a permeabilidade de nossxs corpxs como sujeitxs políticxs e discute o que é habitar um corpo queer neste mundo de hoje. Também discute sobre a impunidade da corrupção dissimulada das “machocracias” e sua

relação com a devastação dos territórios ancestrais. O último segmento do programa é composto por obras poéticas que têm como fio condutor a emotividade, a política afetiva e os desvios relacionais. Trata-se de um conjunto de filmes com estéticas próprias nos quais

são plantados conceitos como a cosmogonia intrauterina, um ensaio sobre a questão da identidade em períodos de migração, o conjunto relacional que sobrepõe a poesia com o cinema experimental, e o pluriverso do “afrofatalismo” representado em um projeto sonoro em forma de videoclipe.

Filmes:

Antídoto contra a repressão

Ritm Zoo, de Lydia García. Uruguai, 1956, 3’13’’

Come Out, de Narcisa Hirsch. Argentina,1971, 11’15’’

Popsicles, de Gloria Camiroaga. Chile-EUA, 1982-1984, 6’

Apolo 11, de Teresa Puppo. Uruguai, 2013, 6’06’’

Mergulhando em nossas entranhas

América, de María Galindo. Bolívia, 2010, 1’58’’

O dedal das rosas (El dedal de rosas: The Magic of the Smoked Mirror), de Mariana Botey. México, 1998, 13’

Lluvia Llanto, de Ivonne Sheen. Peru, 2018, 15’03’’

Renderize meu corpo (Render my body), de Anto Astudillo. Chile, 2022, 9’46’’

Quando a poética é política

O útero (The womb), de Adriana Vila. Venezuela-Espanha, 2021, 3’48’’

Fragmentos aleatórios (Random Fragments), de Gabriela Zucolillo. Paraguai, 1999, 8’31’’

Minhas Tentações (Mis tentaciones), de Macarena Gagliardi e Melisa Aller. Argentina, 2022, 7’30’’

Esferas, de Nomusa. Uruguai-Argentina, 2021, 4’06’’


Programa “Plasticidades da Memória: Cinema Experimental Colombiano Recente”

Curador Convidado: Sebastian Wiedemann / Hambre espacio cine experimental

Nos mais diversos espectros do cinema colombiano, passando por filmes clássicos como “Agarrando pueblo” (1977), de Luis Ospina e Carlos Mayolo, ou “Rodrigo D. No futuro” (1990), de Victor Gaviria, haveria uma insistência até certo ponto eclipsante que passaria pela presença exacerbada da violência e do narcotráfico e suas consequências. Dois pontos sobre os quais estaria pivotando constantemente a história do século XX e do que vai ao século XXI do país, assim como do seu cinema. Diante de um dever de uma memória histórica e de reparação, não nos caberia dizer que as imagens de guerra e violência tem se tornado clichês. No entanto, diante do devir da história e das imagens, nos caberia re-inventar, emtodo caso, um outro modo de nos relacionarmos com estas, como gesto de resistência diante de uma História em maiúscula que com frequência quer sedimentar o sentido das imagens. Problema que o cinema experimental recente do país tem encarado ao dar lugar a uma certa plasticidade da memória para além de relatos oficiais, onde a memória é material para estórias e não só prova e documento para a História. Plasticidades da memória onde as imagens de guerra, violência e narcotráfico se tornam porosas e se dispõem a compor ecologias e constelações com outros tipos de memórias e arquivos. Um devir minoritário da memória que é acolhido pelos filmes que aqui apresentamos. Neles, embora todos tenham sido realizados na última década, se abre um arco temporal entre 1929 e 2012 emaranhando memórias do país com memórias íntimas das e dos realizadores, assim como com memórias anônimas e especulativas. Diálogos entre tempos, entre o público e o privado, entre o ontem, o hoje e o que poderia acontecer ou poderia ter acontecido. Uma vontade não só por compreender a história, mas por abrir nela outras estórias. Vontade que faz destes filmes gestos intempestivos, onde a memória ganha plasticidades impensadas ao se fazer profundamente generativa experimentando e compondo relações e intervalos inadvertidos. Filmes de uma geração nascida em meio ao

fervor da violência e do narcotráfico dos anos 1980 e que sabe que para resistir não basta o arquivo como documento, mas que é preciso fazer dele combustível para fazer cintilar e fulgurar imagens ainda por vir para o cinema, para sua história e a do país.

Filmes:

Abrir Monte, de Maria Rojas Arias. Colômbia, 2021, 25’

El renacer del Carare, de Andrés Jurado. Colômbia, 2020, 20’

El Laberinto, de Laura Huertas Millán. Colômbia, 2018, 21’

84, de Daniel Cortez. Colômbia, 2020, 13’

Olso, de Juan Soto. Colômbia, 2012, 19’

 

Programa “Retrospectiva Pablo Mazzolo”

Artista Convidado

Pablo Mazzolo nasceu em Buenos Aires/Argentina em 1976 e se graduou em Imagem e Desenho de Som na Universidad de Buenos Aires. Atualmente Pablo realiza workshops sobre percepção visual e criação de imagens em instituições especializadas em autismo. Ele também trabalha como Editor e Documentarista e é professor na Universidad Nacional de Quilmes.

Seus filmes participaram de festivais como Rotterdam, New York Film, Ann Arbor, Edinburgh, Videoex, Mostra (S8), L ́Age D ́or, Crossroads, entre outros. Pablo apresentou exposições individuais em museus e universidades como MassArt (EUA), FAMU (República Checa), San Francisco Cinematheque (EUA), MAMBA (Argentina), R. Tamayo (México), Excentric (Espanha). Seu trabalho foi premiado no Ann Arbor, Media City, National Fund of Ars, The Bienal of Moving Image.

Filmes:

O Quilpo Sonha Cataratas (El Quilpo Sueña Cataratas), de Pablo Mazzolo. Argentina, 2012, 10’50’’

Conjecturas (Conjeturas), de Pablo Mazzolo. Argentina, 2013, 4’

NN, de Pablo Mazzolo. Argentina, 2017, 2’30’’

Oaxaca Tohoku, de Pablo Mazzolo. Argentina, 11’25’’

Fotoxidação (Fotooxidacion), de Pablo Mazzolo. Argentina, 2013, 13’

Fish Point, de Pablo Mazzolo. Argentina, 2015, 7’

Cinza Verde (Ceniza Verde), de Pablo Mazzolo. Argentina, 2019, 10’26’’

The Newest Olds, de Pablo Mazzolo. Argentina, 2022, 15’


Programa “Olhares sobre o Brasil contemporâneo”

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

O programa “Olhares sobre o Brasil contemporâneo” é composto por três filmes recentes realizados entre 2022 e 2023: “Aqui onde tudo acaba”, de Juce Filho e Cláudia Cárdenas; “Olho da Rua”, de Jonathas de Andrade; e “O Avesso do Céu”, de Mauricio Dias e Walter Riedweg. A razão pela qual essas obras foram agrupadas reside na forma sensível com que estabelecem uma relação de alteridade com dois grupos repetidamente oprimidos pela sociedade brasileira: os indígenas e as pessoas em situação de rua. Juntos, esses filmes não apenas desafiam as barreiras da convencionalidade cinematográfica, mas também nos instigam a contemplar sob outras perspectivas as experiências de comunidades que vivem à margem da sociedade.

Filmes:

Aqui onde tudo acaba, de Duo Strangloscope. Brasil, 2023, 19’’

Olho da Rua, de Jonathas de Andrade. Brasil, 2022, 25’15’’

O Avesso do Céu, de DIAS & RIEDWEG. Brasil, 2023, 42’



Sessão RAGTAG

Curadoria: Cristiana Miranda e Lucas Murari

“Ragtag” (2022), o primeiro longa-metragem de Giuseppe Boccassini, representa uma incursão pelo universo do cinema noir. O filme mergulha na multiplicidade dessa filmografia ao compilar e articular trechos de 310 obras realizadas entre 1912 e 1959. Nesse processo, Boccassini destaca a potência dos gestos e a recorrência de elementos formais que caracterizam esse estilo cinematográfico. “Ragtag” aborda o cinema noir de maneira abrangente, explorando tanto sua manifestação mais tradicional, relacionada à produção norte-americana clássica concebida entre as décadas de 1940 e 1950, quanto algumas variações mais livres. Por meio dessa fusão criativa de sequências e narrativas, o longa-metragem propõe uma aproximação poética com uma história do cinema em particular. Nas palavras de Boccassini: “O filme noir é essencialmente uma forma de enxergar o mundo, uma perspectiva sobre a vida e a existência humana que transcende gêneros, sendo contextualmente aplicável como uma marca estética”.

Filme:

RAGTAG, de Giuseppe Boccassini. Alemanha, 2022, 85’

Palestra “Ecologias do Cinema Experimental”

Com Lucas Murari

Esta palestra busca discutir a potência do cinema experimental a partir de questões ecológicas, tomando como base os procedimentos técnicos e estéticos desenvolvidos por artistas e cineastas nas últimas décadas. A discussão irá apresentar alguns marcos históricos decisivos dessa relação e explicitar seu vigor na produção contemporânea. O cinema ecológico concentra-se em questões ambientais, abordando temas relacionados à natureza, mudanças climáticas, poluição, preservação da biodiversidade e os impactos da atividade humana no meio ambiente. As obras experimentais e de vanguarda têm buscado criar uma aproximação sensível com esses tópicos que são dos mais importantes nos dias de hoje. A ecologia é um assunto recorrente ao longo das últimas edições do DOBRA.

Lucas Murari

É curador e pesquisador de cinema. Doutor em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com período sanduíche na Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Em 2019 fez a curadoria do “GastProgramm Brazil” – VIDEOEX – International Experimental Film & Video Festival Zurich – Suíça. Organizou projeções de filmes em Paris: “Des natures” (Braquage/Espace en Cours, 2018) e “Expanded Nature” (Light Cone/Luminor Hôtel de Ville, 2022). Realizou retrospectivas como “O cinema de John Akomfrah – Espectros da Diáspora” (CCBB), “Kafka e o Cinema” (Caixa Cultural), entre outras. Atua como curador de eventos como DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental, Conversas com o Audiovisual Brasileiro Experimental (C.A.B.E.), Curta Cinema e Pan-Cinema Experimental. Publicou o livro “Expanded Nature – Écologies du cinéma expérimental” (Light Cone, 2022), em co-autoria com Elio Della Noce.

Palestra “Investigando o movimento: riscar a imagem e fazer cinema – a intervenção direta na película na criação de imagens fílmicas, a magia do cinema sem câmera na prática experimental”

Com Cristiana Miranda

Essa palestra busca discutir as possibilidades visuais da imagem em movimento através de elementos básicos do cinema: a sucessão das imagens e a materialidade do suporte fílmico. Sem a intermediação da câmera de filmar, a discussão investigará a criação de imagens intervindo diretamente sobre a película 16mm, de maneira a experimentar a corporalidade do desenho e do filme, assim como as possibilidades de ritmo e ilusão de movimento na criação cinematográfica. Durante a conversa serão analisadas obras de artistas que utilizaram essa técnica ao longo da história do cinema experimental: Len Lye, Norman Maclaren, Harry Smith.

Cristiana Miranda

Artista visual, pesquisadora e curadora natural do Rio de Janeiro. Em 2017, realizou uma retrospectiva de seus filmes na Cinemateca do MAM-RJ, “Pequenos Poemas – Filmes de Cristiana Miranda”, organizada pelo Risco Cinema. Participou de diversas Mostras de Arte e Festivais de Cinema Experimental no Brasil e no exterior. Entre as galerias e museus que expôs no Brasil estão Centro Cultural São Paulo (2023), Paço Imperial (2022) e Gentil Carioca (2011). Entre os festivais internacionais participou de Crossroads Film Festival – San Francisco Museum of Modern Art (San Francisco, USA, 2019 e 2017), Mientras Tanto CINE (Montevideo, 2022, 2021 e 2020), 1666 Festival Internacional de Cinema (Rio de Janeiro, 2019, 2020 e 2021), Festival de Cine Cámara Lúcida (Quito, 2020), Experiments in Cinema (Albuquerque, USA, 2022 e 2019), XIX Función Cinema Cínico (Buenos Aires, 2019), Alchemy Film & Art Festival (Hawick, Escócia, 2019), Festival des Cinémas Différents de Paris (Paris, 2009). É Doutora em Artes pelo PPGARTES/UERJ e Mestre em Comunicação e Cultura pelo PPGCOM/UFRJ. É criadora e curadora do DOBRA – Festival Internacional de Cinema Experimental, que acontece anualmente na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro MAM/RJ. É professora no curso de Cinema e Design da FACHA.

WORKSHOP “Investigando o movimento: criação de imagens fílmicas pelo processo de intervenção direta na película 16mm”

Com Cristiana Miranda

Primeira parte: realização do trabalho sobre a película 16mm feito individualmente por cada participante através de um conjunto de técnicas.

Segunda parte: visionamento do trabalho realizado, finalização e edição das imagens a serem projetadas em um filme coletivo no CCSP.

Quantidade de vagas: 10

Inscrições: em breve

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