Discoteca do CCSP celebra 85 anos com potente programação

Discoteca CCSP 85 celebra oito décadas e meia de existência da Discoteca Oneyda Alvarenga, única instituição pública em seu gênero na cidade de São Paulo, cuja salvaguarda pertence ao CCSP. A comemoração da efeméride se dá a partir de extensa pesquisa sobre este histórico acervo musical: traz 12 residências artísticas, 14 mesas de debate e 10 back to backs (bate-papos sobre música e discos), apresentadas em dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

O projeto é encabeçado por Chico Dub, curador com foco em música de invenção e arte sonora, e tem cocuradoria de Tiganá Santana, músico, compositor e pesquisador. O principal objetivo do evento é jogar luz no inestimável acervo da Discoteca Oneyda Alvarenga. O enfoque, portanto, é mais amplo e mais acessível do que normalmente se espera de um evento ligado a coleções e arquivos. Há ainda um recorte ligado à música negra e perspectivas decoloniais, com curadoria de Tiganá Santana, que perpassa toda a programação, investigando, principalmente, etnomusicologias e epistemologias afro-descendentes.

O projeto continua agora em janeiro, seguindo com a exibição de conteúdos gerados a partir das residências artísticas – dentre elas, a residência da artista Numa Gama, que traz pesquisa sobre sonoridades eletrônicas que revisitam ritmos originais/ancestrais e abordam o acervo de modo a misturar tempos e referências. Nas mesas de debate Didi Couto (condução), Negro Leo, Marcus Preto e Teresa Cristina conversam sobre os legados de Zuza Homem de Mello, Aldir Blanc, Moraes Moreira e João Gilberto.

A primeira parte da celebração, que aconteceu em dezembro de 2020, contou com Jonathan Ferr apresentando ao vivo sua pesquisa feita a partir da coleção de piano de Magdalena Lebeis e outras figuras do arquivo histórico da Discoteca. No dia 19/12, a cantora Josyara fez um show na icônica Sala Adoniran Barbosa e trouxe referências da coleção de violão de Ronoel Simões. Dia 20 de dezembro, para fechar a primeira parte da programação, Beat Brasilis mostrou sua música improvisada e coletiva, tomando a ideia do sample nas dependências do CCSP.  Parte dessa programação foi disponibilizada online e pode ser acessada no YouTube do CCSP.

Em atendimento ao plano de retomada, os shows foram realizados com capacidade reduzida e seguindo todos os protocolos de segurança. Os mesmos procedimentos continuarão em vigor na programação de janeiro, de forma a garantir que o legado da Discoteca seja celebrado da melhor maneira possível.