Auá Mendes | TRANSvisual

Meu corpo é minha voz, é minha casa, é minha história, é meu território. Compreensão que se constrói cada vez que mergulho em mim mesma, entendimento que os livros não me contaram. Mas foi algo que eu construí.   
 
A Intolerância, a diversidade de gênero e a orientação sexual não é um golpe novo, pois tão inconsequente como foram e são, a construção da branquitude registrou as atrocidades que fizeram, desde muito cedo, com nós povos originários, como o caso de Tibira, indígena tupinambá assassinado na tentativa de “purificar a terra do abominável pecado da sodomia”. Porém, já passou do tempo que os colonizadores do passado e do presente irão controlar a existência e subjetividade do indígena através dos nossos corpos. Pois compreendo e entendo que, em uma ótica de renúncia, a ideia do “objeto colonizado”, o grito que faço sobre meu corpo indígena e travesti transcende a diversidade de gênero e orientação sexual. Citando Estevão, “Acaba sendo um grito de independência, de liberdade, de anticolonização que também passa pelos corpos, desejos e afetos. Então, é deles tentarem se ‘ressenhoriarem’ de si, eles tentarem voltar a ser donos de todo esse complexo que é o corpo, emoção, sentimento, afeto e desejo. É uma forma de refutar não só essa imposição colonial história sobre corpos e as almas deles, mas também uma forma de se afirmarem coletivamente contra a enxurrada de coisas que vem acontecendo recentemente no tocante à própria política indigenista”. Portanto, falar de mim, é falar das diversas de nós que são silenciadas, mortas, sexualizadas por essa construção colonial que tentam perpetuar. 
 
@mendesaua.art | @aua___lab

AUÁ MENDES

Artista Indígena Transvestigênere Manauara do Amazonas que utiliza suas obras como ferramenta de fala e política, do corpo marginalizado indígena, travesti e pretx.

Ilustradora, grafiteira, performer, maquiadora artística e fotógrafa experimental, sigo em falar, mas não apenas com a boca, falar de diversas maneiras, por meio de suportes dimensionais ou tridimensionais, analógicos, digitais. A questão é a retomada do seu espaço de fala que é massacrado pela cisnormatividadepadrãobranca existente.

@mendesaua.art

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