75 anos da Biblioteca Louis Braille

Afinal, quem foi Louis Braille? 

Louis Braille nasceu no interior da França, em 1809, e perdeu a visão aos cinco anos de idade. Até os 10 anos, frequentou uma escola para crianças sem deficiência visual, e só mais tarde ingressou no Instituto Real de Jovens Cegos de Paris. Na época, já havia um sistema de impressão em relevo para pessoas cegas, porém o método não era muito eficaz e dificultava a distinção das letras. Aos 16 anos, em 1825, Braille apresentou um novo sistema, conhecido como sistema de seis pontos. A “célula braille” possui seis pontos em relevo que são dispostos em duas colunas com três linhas. A partir de inúmeras combinações é possível representar letras, números e pontuações. 

Apenas em 1852 o método foi oficialmente reconhecido. Em 1854, quando foi inaugurado no Brasil o Instituto Benjamin Constant, o sistema foi instituído nacionalmente. Em reconhecimento ao seu trabalho e incrível contribuição, o corpo de Braille foi transferido em 1925 para o Panthéon, em Paris. Desde 2004, o decreto nº 5.296 fez com que o braille se tornasse um direito do cidadão cego no Brasil, e a linguagem passou a ser obrigatória em elevadores e caixas de remédio, por exemplo. 

Enfim, a Biblioteca 

A Biblioteca Louis Braille completa 75 anos no dia 29 de abril! Fundada em 1947, foi idealizada por Dorina Nowill e viabilizada por Lenyra Fraccarolli. A ideia inicial era atender crianças e jovens estudantes deficientes visuais, reunindo obras infantis e didáticas, uma ação pioneira no Brasil. Com o absoluto sucesso, a Biblioteca passou a ampliar o seu público e diversificar as suas atividades.

Em 1986, foi transferida para o CCSP, onde está até hoje, garantindo mais acessibilidade ao público. Seu acervo é composto por mais de quatro mil títulos de diversos gêneros literários, disponíveis em braille e também em áudio livros. Além disso, o espaço atua também como editora, já que os livros são produzidos pela equipe e por voluntários da Biblioteca. Algumas obras são doadas por editoras parceiras como a FTD, Companhia das Letras, Todavia, Fundação Dorina Nowill e Instituto Benjamin Constant. 

Para facilitar ainda mais o acesso à leitura, a Louis Braille dispõe de outras tecnologias e atividades para seus usuários. Algumas delas são: cursos de grafia braille para pessoas com deficiência visual, familiares, profissionais da educação e demais interessados; impressão braille para os frequentadores; equipamentos de tecnologia assistiva, como computadores, scanners, lupa ampliadora e dispositivos de inteligência e visão artificial. 

Os empréstimos das obras são feitos via cecograma, um serviço gratuito dos Correios que consiste no envio de material para pessoas cegas em todo o território nacional e internacional. Essa iniciativa foi extremamente importante especialmente no período em que a Biblioteca esteve fechada, durante a pandemia, o que permitiu continuar dando assistência aos seus leitores. Com foco nas pessoas cegas, o espaço está aberto para receber todo público interessado em contribuir e usufruir dos recursos disponíveis. Viva a Louis Braille!


Texto: Tessi Ferreira

Revisão: Isabela Pretti

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