O teatro perdeu o dramaturgo Antonio Bivar (1939-2020), falecido neste domingo, vítima da Covid-19. Além de criador de peças centrais da chamada “Geração 69”, como ficaram conhecidos as/os autoras e autores que no final daquela década trouxeram ares novos à dramaturgia brasileira, Bivar foi também contista, biógrafo, romancista, roteirista.
No teatro estreou com Cordélia Brasil (1968), a que seguiram-se textos como Abre a Janela e Deixa Entrar o Ar Puro e o Sol da Manhã (1968), O Cão Siamês de Alzira Porra-Louca (depois rebatizado Alzira Power, 1969) e, já no exílio, Longe Daqui Aqui Mesmo (1970). São obras marcadas fundamentalmente pelo nonsense e que respondiam em linguagem não rigorosamente realista à realidade também absurda do país naqueles anos.
Como diretor musical Antonio Bivar encenou shows de Maria Betânia e Rita Lee, entre outres artistas. Pesquisador do punk, foi um dos organizadores do histórico festival O Começo do Fim do Mundo, referência do movimento nos anos 1980.
Mais recentemente Bivar esteve no CCSP acompanhando, em Junho de 2017, a leitura encenada de Cordélia Brasil, dirigida por Francisco Medeiros, no projeto Invenção 67. E para assistir à temporada de Abre a Janela…, montada pela companhia As Moças (Ângela Figueiredo e Fernanda Cunha), sob direção de André Garolli.
Texto: Kil Abreu (curador de teatro do CCSP)