Você já leu algum livro de autores japoneses? Uma das categorias literárias que se destacaram nas bibliotecas do CCSP em 2024 foi a seção de Literatura Japonesa, com autores e títulos que trazem reflexões sobre identidade cultural e relações pessoais.

Assim como a literatura brasileira, a literatura japonesa possui suas fases e os autores de hoje mostram que os contextos são muito pertinentes para compreender a realidade do país, mas também para se identificar com as angústias e pensamentos intrínsecos a todos nós. Segue aqui uma lista de títulos da literatura japonesa:

Norwegian Wood, de Haruki Murakami

Na Tóquio do final dos anos 1960, o jovem estudante de teatro Toru Watanabe tem uma trama romântica enquanto passa pela angustiante fase de transição de adolescente à fase adulta. Ele e Naoko, antiga namorada de seu grande amigo Kizuki antes deste cometer suicídio, se aproximam e constroem uma relação delicada onde a fragilidade psicológica de Naoko se torna cada vez mais visível até culminar com sua internação em um sanatório. 

Esse foi o livro que deu a Murakami a condição de autor cult à de ícone cultural. Com toques autobiográficos, o escritor se destacou nas bibliotecas do CCSP com outros títulos como “Sono”, “O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação” e “Minha querida Sputnik”. Esses três também estão disponíveis para empréstimo no CCSP.

Musashi, 2, de Eiji Yoshikawa

Um romance épico do século XX, Eiji Yoshikawa tem mais de 120 milhões de exemplares vendidos no mundo. A série de livros conta a história de Miyamoto Musashi, um grande samurai do Japão do período dos xoguns (século XVII). 

Publicado inicialmente no jornal Asahi Shimbun, o formato das histórias são moldadas por encontros, desencontros, coincidências, fugas, lutas e suspense. A partir de várias lutas e desafios enfrentados, Yoshikawa mostra como Musashi se desenvolve como o maior e mais sábio de todos os guerreiros.

A polícia da memória, de Yoko Ogawa

Se pudesse, o que você preservaria intacto, e não perderia na memória? Yoko Ogawa convida o leitor a participar de uma jornada em um mundo de memórias perdidas. Uma ilha é vigiada por uma “polícia secreta”, que elimina vestígios de lembranças. Todas as recordações materiais desaparecem subitamente, sem deixar rastros. Diante desse universo limitado, uma escritora desafia o sistema ao tentar manter intactos resquícios de histórias, de algo que possa permanecer.

O livro foi finalista do International Booker Prize 2020 e do National Book Awards 2019, além de ser traduzido em diversos idiomas. Publicado em 2023, a trama envolve a questão da pandemia, que marca fortemente as relações e as memórias das pessoas que não são as mesmas. A criação de um novo mundo faz o leitor se questionar sobre o que é real e o que se mistura às memórias afetivas.

O silêncio, de Shusaku Endo

No fim da década de 1630, o jesuíta português Sebastião Rodrigues embarca para o Japão na aventura escrita por Shusaku Endo. A partir dessa viagem, o missionário idealista busca ajudar os cristãos locais que são brutalmente injustiçados. Além de seu objetivo religioso, Rodrigues tenta descobrir a verdade sobre Cristóvão Ferreira, seu antigo mentor que, supostamente, teria renunciado à jornada cristã.

Apesar de ser uma história ficcional, ela é baseada em fatos que fazem parte da história do Japão do século XVII. O livro recebeu adaptação cinematográfica, o filme “Silêncio” (2016) de Scorsese, que conta com a participação de Andrew Garfield, Adam Driver e Liam Neeson. 

Querida Konbini, de Sayaka Murata

Keiko Furukura tem 36 anos e as pessoas comentam sobre sua vida amorosa: ela nunca se envolveu romanticamente com alguém e, por isso, parentes e amigos buscam ajudá-la a ser mais “normal”. A sua konbini, nome dado a lojas de conveniência no Japão, é seu espaço de refúgio, com sua dinâmica e regras que dão a sensação de controle à Keiko.

A partir dessa trama, Sayara Murata explora, com humor ácido, como a sociedade busca constantemente estar na normalidade e de estar bem sucedido no amor e no trabalho. Olhando com uma lupa para cada personagem, a autora mostra que o normal não é tão normal como é conceituado.

Pôr-do-sol, de Osamu Dazai

Uma de suas obras reconhecidas mundialmente, “Pôr-do-sol” de Osamu Dazai é um romance histórico e marcante na literatura japonesa. Publicado originalmente em 1947 sob o título de “O Sol Poente”, a narrativa mostra uma perspectiva sobre o fim da Segunda Guerra Mundial.

O personagem que acompanha o leitor nesse romance é Kazuko, uma mulher que compunha a aristocracia japonesa e se vê em declínio junto com a derrota da guerra. Nessa transição de estilo de vida, o leitor é convidado a explorar sobre o poder capital e a moralidade diante das circunstâncias. Observar a Nação do Sol Nascente morrer gradualmente no País do Sol Poente traz ao leitor muitas reflexões sobre isolação, solidão, jogos sociais, suicídio e pessimismo.

—–

A partir dessa compilação, é possível ver que a literatura japonesa aborda muitos temas que podem atrair diversos públicos. Aproveite para conhecer um pouco mais nas bibliotecas do CCSP, que disponibilizam todos os livros mencionados para locação!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress