Mostra da cultura de Ikebanas estará em cartaz até 14 de setembro
Por Alexandre César | Maria Luiza | Redação CCSP | Fotos: Acervo pessoal
11/09/2025
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Nesta quinta-feira, 11, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) inaugurou a 36ª Exposição de Ikebanas, que é uma parceria com a Associação Ikenobo Kadokai Nambei Shibu da América do Sul. Nesta mostra, que celebra os 130 anos de amizade entre Brasil e Japão, mais de 40 artistas da Arte Floral Japonesa expõem suas obras na Sala Tarsila do Amaral. A entrada é gratuita e sem necessidade de ingresso.

O Centro Cultural tem esses eventos que são de conexão com o território. E a comunidade japonesa aqui do bairro da Liberdade já frequenta o nosso espaço há muito tempo. Essa é uma relação de pertencimento e troca com o Centro Cultural desde que ele foi inaugurado nos anos 80. E nessa exposição, isso se concretiza de um jeito bonito, muito visual e poético, também. Eu acho que é para isso que existe, é para isso que foi pensada: a existência de um centro cultural como esse – afirmou Zé Mauro, diretor do CCSP.
Dentre as obras expostas, notou-se a delicadeza e a mistura da influência brasileira, isto é, Ocidental, porque mesmo a arte sendo originalmente asiática, mas muitas flores e plantas são oriundas do Brasil, onde o arranjo é considerado de Arte Contemporânea, contrastando com a Arte Clássica japonesa.

O trabalho Clássico significa que são regras que estão estabelecidas há muito tempo. Então, por exemplo, numa obra em que aparecem linhas principais, linha que cresce para o alto, chamada Jitsuji, que significa “verdade”. Então, o que eu estou querendo mostrar? A verdade. Mas para essa verdade acontecer de uma maneira boa, ela tem que receber energias que vem do céu, do universo. Então, aquele outro galho verde, que vai lá para o outro lado, cumpre essa missão de receber as energias e trazer para dentro desse ambiente que é esse pequeno arranjo. A Ikebana não é filosofia, é uma forma de vida – disse o professor Valderson de Souza, da Associação Ikenobo.
Presente à cerimônia, a presidente da Associação Ikebana do Brasil, Cristina Sototuka, ressaltou sobre a história da arte floral quando chegou ao Brasil, e como aqui difundiu-se e mesclou-se com as vegetações nativas.

A gente dá uma vida artística, uma vida nova uma vida diferente, porque se for para deixar cada material tem sua beleza, não é? Então, se você for repetir é melhor deixar na natureza, não precisa acolher. A gente tem que acrescentar, então, a Ikebana é um é um resultado dessa conversa, do artista com a planta. A Ikebana chegou aqui com os primeiros imigrantes, com a maioria sendo mulheres praticantes, que os homens tinham que trabalhar na agricultura. Elas começaram a ministrar aulas em casa ou em pequenas associações, mas sempre em japonês. As praticantes aprenderam com materiais do Japão, aí, chegaram aqui e tiveram que se adaptar ao material disponível, o que causou uma grande influência na variedade de material que a gente tem hoje, porque as pessoas passaram a plantar essas coisas. As japonesas aprenderam como tratar das flores brasileiras, e as mulheres daqui também passaram seu conhecimento para essas imigrantes – relatou a presidente.
Serviço:
11, 12, 13 e 14/9
Quinta a Domingo
11/9 – abertura às 16h até as 20h
12/9 e 13/9 – das 10 às 20h
14/9 – das 10h às 18h
Oficinas de Ikebana: 13/9 (sábado) e 14/9 (domingo) das 14h às 15h30
Oficina de Shodō: 14/9 (domingo) das 16h às 17h30
Sala Tarsila do Amaral
Classificação indicativa: Livre
Grátis
Sem necessidade de retirada de ingressos