Ocupação CCSF - Centro Cultural Simões Filho

É a partir da dimensão física e simbólica do espaço público, como a rua, que o trabalho de Augusto Leal é acionado. A geografia de seu pensamento artístico é topografada como um exercício de interferência em localidades onde existem conflitos-temas de suas investigações artísticas, sendo a cidade de Simões Filho o lócus privilegiado de suas discussões. Suas produções estéticas são, de várias maneiras, o resultado da convergência de enfrentamentos discursivos, estéticos, políticos e simbólicos. Ao construir sua pesquisa artística a começar por noções como geopolítica, território, relações e coletividade, instaura, a partir de sua prática (est)ética, justaposições incontornáveis e críticas com os espaços que as obras ocupam. Assim, as instalações nos convidam a revisar nossos repertórios visuais, não para corrigir o que está posto, mas para questionar o que se entende como ordinário, a fim de reimaginá-los, produzindo ruídos e insurgindo poeticamente novas referências e possibilidades de sociabilidade.
Entre as ruas de Simões Filho, cidade da região metropolitana de Salvador/BA e também  local de nascimento e residência do artista, é que se produzem diversas de suas intervenções e indagações urbanas, dentre elas as em formato em stencil: por que Simões Filho não tem museu, nem centro cultural ou quaisquer outras instituições culturais? 
São com essas dissonâncias visuais, em pontos de ônibus e áreas de grande circulação de transeuntes simõesfilheneses, que o artista fomenta uma prática de (des)pensar a cidade, enquanto discursivamente também sugere – com a própria execução da obra –  um desfazimento de concepções de planejamento urbano que subtraia o direito à cultura. 
O Centro Cultural São Paulo é uma das diversas instituições multilinguagem da maior cidade da América Latina. Historicamente, é um espaço singular de acolhimento de experimentações e de pensamentos artísticos, sendo essa exposição mais um exercício nesse caminho, ecoando uma pergunta construída em conjunto com Augusto Leal: o que seria o Centro Cultural Simões Filho? Esse questionamento é colocado não como uma fabulação simples ao transpor o CCSP para a cidade natal do artista, mas busca refletir sobre o que é (im)possível pensar juntos diante de algo que se materializa na virtualidade da imaginação, do sonho, do desejo, do projeto e do plano. O que as coisas podem vir a ser?
Essa exposição é uma resposta com dúvidas. Ao longo de meses e longas conversas sobre o tema, relacionadas às  (im)possibilidades diante da construção de um cenário para implementação desse projeto, posso dizer que senti os trabalhos de Augusto Leal acontecendo, dobrando e refazendo outras perguntas: o que é (e o que pode vir a ser) o Centro Cultural São Paulo?
Essas respostas e dúvidas aparecem materializadas nos trabalhos artísticos. Em “Gangorra” e em “Encontros”, por exemplo, a participação do público é imprescindível para fazer girar o poder e demarcar nossas presenças acumuladas nos espaços. Já em “Bibliocicleta a cultura livresca e a experiência de distribuição de livros é radicalizada pelo processo de itinerância. “Sinalização Profética” presentifica lacunas e ausências como orientações para esse múltiplo trânsito institucional que necessita de movimentos, alternâncias e errâncias. A “Faixa ensaia uma manifestação crucial e efêmera da marcação de uma ideia e/ou reivindicação em um lugar.

O que constitui um centro cultural?
A exposição é apresentada a partir de uma reunião emblemática e estratégica da produção de Augusto Leal e se propõe a evidenciar o caráter multifacetado e transversal das formulações do artista com obras que datam de 2009 a 2024. 
Nossas soluções curatoriais assumem uma cultura latente da instituição –  a livre circulação do público por suas diversas entradas –  e propõem um projeto curatorial de múltipla itinerância pelo próprio prédio. Com isso, reitera-se tanto a descentralização da exposição –  um convite à fruição das obras em diferentes ambientes do Centro Cultural São Paulo (CCSF) – quanto os interesses que são articulados ao pensamento do Centro Cultural Simões Filho (CCSF) presentificado aqui e agora.

Curadoria e curadoria: Victor Hugo de Souza (Guto Ezek)

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Minibio do artista: 

Augusto Leal é artista de Simões Filho-BA. 

Entende a arte como prática libertadora na medida em que por meio dela consegue elaborar as questões que lhe atravessam e fabular novos mundos. Pensando a partir das relações sociais e geopolíticas entende que a arte pode promover transformações na forma que as pessoas pensam, se relacionam e se movem no mundo. Em seus trabalhos se interessa pelo diálogo, presença, participação e colaboração de pessoas em um esforço conjunto de (des)pensar a sociedade.

Ficha técnica

PREFEITO DA CIDADE DE SÃO PAULO
Ricardo Nunes 

SECRETÁRIA MUNICIPAL DE CULTURA
Ligia Jalantonio

 

CENTRO CULTURAL SÃO PAULO 

Assessorias de Direção
Evellyn Araújo e Veruska Matos

Assessora Jurídica
Juliana da Conceição Borges

Supervisores

Ação Cultural 
Ramon Soares

Acervo
Camila Bôrtolo Romano

Biblioteca
Juliana Lazarim

Curadorias: 
Marllon Caetano

Gestão
Silvana Silva

Informação e Comunicação
Nerie Bento

Produção 
Adriano Haim

Coordenador do Núcleo de Projetos
Walter Siqueira

 

CURADORIA DE ARTES VISUAIS | CCSP

Supervisor de Curadorias
Marllon Caetano

Curadora
Maria Adelaide Pontes

Curador da exposição Ocupação CCSF – Centro Cultural Simões Filho
Victor Hugo de Souza (Guto Ezek)

Arquiteta de Exposição
Karen Doho

Montagem Expográfica
Alex Sandro Antonio Cruz
Luciano Ferreira
Valdir Pereira Damasceno 

Montagem Fina
Amarelo

 

SUPERVISÃO DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

Supervisora de Informação e Comunicação
Nerie Bento

Coordenadora de Informação e Comunicação
Isabela Pretti

Designers
Isaac de Moraes
Marco Aurélio

Web Designer
Edmarcio da Silva

Social Media
Sabrina Godoy

Revisão
Jasmin Santos (estagiária)

Assessoria de Imprensa
Bárbara Bigas (estagiária)

Ministério da Cultura e Petrobras apresentam “Ronoel Simões: A Singularidade do violão brasileiro”.

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