Início 24/06
- Às sextas-feiras, das 15h00 às 18h00
- Em frente à Gibiteca
- Classificação Indicativa: livre
- Gratuito
- Clique aqui para se inscrever
- É recomendado o uso de máscara
Selecionado pelo 9º Edital de Concurso de Projetos de Mediação em Arte e Cidadania Cultural – Especial 40 anos do CCSP, “O Mundo na Biblioteca: Leituras Coletivas sobre Refúgio e Direitos Humanos“ é um ciclo de leituras mediadas de 10 livros disponíveis nas bibliotecas do Centro Cultural São Paulo.
Ao longo de 20 encontros, as leituras abordarão temas como o refúgio, o exílio, a identidade, a memória, a narrativa, o pertencimento, o deslocamento, os direitos humanos, os conflitos sociais, a história política, a xenofobia, o pós-colonialismo, a diversidade e as ações afirmativas. Todos os encontros contarão com a mediação dos proponentes Anas Obaid e Ivan de Melo, idealizadores do coletivo Ponto Zero do Refúgio; haverá tabém um bate-papo com um convidado que vive no Brasil em situação de refúgio.
Serão dois tipos de encontros: um, voltado para o público geral, e outro, voltado especificamente para educadores, com o objetivo principal discutir temas relacionados à leitura em diálogo com a educação e práticas educativas.
Os encontros sobre cada obra serão quinzenais, para que os participantes tenham tempo hábil para realizar as leituras. A não leitura da obra não impede a participação do público, visto que serão trabalhados fragmentos e outros aspectos da leitura em diálogo com referências e conversas com convidados da mediação.
As inscrições deverão ser feitas via formulário. A confirmação será realizada via e-mail, na segunda-feira que antecede cada encontro.
Confira as sinopses dos livros após a programação e boa leitura!
PROGRAMAÇÃO
MEDIAÇÃO COM PÚBLICO GERAL
24/06
Livro: Passagem para o Ocidente, de Hamid Mohsin
Convidado: Abdul Jarour
08/07
Livro: Terra e Cinzas, de Atiq Rahimi
Convidada: Heifaa Hussein
MEDIAÇÃO COM EDUCADORES
01/07
Livro: Passagem para o Ocidente, de Hamid Mohsin
Convidado: Abdul Jarour
15/07
Livro: Terra e Cinzas, de Atiq Rahimi
Convidada: Heifaa Hussein
PASSAGEM PARA O OCIDENTE
Mohsin Hamid
Tradução: José Geraldo Couto
Uma história de amor e de esperança em meio à guerra. Eleito um dos dez melhores livros do ano de 2017 pelo jornal The New York Times e pela revista Time, entre outras publicações.
Numa cidade não nomeada, os jovens Saeed e Nadia iniciam um romance constrangido pelas pressões religiosas e sacudido pela crescente violência de uma guerra civil. Quando ouvem rumores da existência de portais clandestinos que levam a outros países, eles resolvem se arriscar numa aventura sem volta. Ao lado dos protagonistas, o leitor é levado aos mais diversos cenários geográficos e humanos, numa jornada vertiginosa e cheia de surpresas.
“Uma visão mágica da crise dos refugiados” é como o jornal britânico The Guardian definiu Passagem para o Ocidente. Por sua mistura singular de realismo e fantasia, bem como por sua prosa precisa e contundente, o livro foi um dos finalistas do Man Booker Prize e considerado um dos melhores de 2017 por publicações como o jornal The New York Times e a revista Time.
TERRA E CINZAS
Atiq Rahimi
Tradução: Flávia Nascimento
Um ancião num vale esquecido à beira de um rio ressecado. Um menino que não ouve mais. Uma cabana de vigia à entrada de uma mina. E nada mais, além do pranto em meio ao vento árido do vale desértico. Do escritor e cineasta afegão Atiq Rahimi nos vem um dos mais belos panfletos antiguerra de que se tem notícia. Pois o velho e seu neto estão aguardando, num passar do tempo raro na literatura mundial, uma carona para a mina onde está trabalhando o filho do primeiro e pai do segundo, com a incumbência de anunciar a ele que a família morreu num ato de guerra. Mas a sabedoria e a piedade somem com as palavras, emudecem o velho, que não sabe como abordar a questão. Não quer apunhalar o filho com um golpe de misericórdia. O vilarejo destruído está para todos os vilarejos destruídos e todas as famílias aniquiladas de todas as guerras do mundo. No caso, o pano de fundo é o conflito gerado durante o regime pró-soviético no início dos anos 1980. Mas os sinais e o opressor de plantão são intercambiáveis, e são o que permanece desta ardente e bela leitura que nos faz mergulhar no mundo de antigos contos persas (Atiq Rahimi: “às perguntas políticas dos jornalistas, respondo com contos persas”). Terra e cinzas é um elegante e sutil grito para que parem bombardeios e matanças, que geram tanta dor e ódio.
SOBRE OS MEDIADORES
Anas Obaid. É jornalista, ator e ativista dos direitos humanos em prol da causa das pessoas em situação de refúgio, condição em que vive no Brasil desde que deixou a Síria, seu país de origem, em 2015. É coordenador de eventos na ONG Instituto ADUS e tem participado de diversos projetos relacionados à educação e à mediação em torno da temática do refúgio e dos direitos humanos, dentre os quais o projeto Ponto Zero do Refúgio. É palestrante e oficineiro em ações sobre essas temáticas e também sobre a cultura árabe em geral.
Ivan de Melo. É historiador, educador, produtor cultural e ativista dos direitos humanos. Tem experiência como educador e mediador no campo das artes com trabalhos voltados para linguagens como as artes visuais, teatro, cinema e literatura. Atua como ativista dos direitos humanos em prol das pessoas em situação de refúgio junto ao projeto Ponto Zero do Refúgio, e é produtor de conteúdo, mediador e curador no projeto Caneca de Livros.
Ponto Zero do Refúgio é um coletivo independente idealizado pelo jornalista e ativista sírio Anas Obaid e pelo historiador e educador Ivan de Melo. Atuando em duas frentes, a produção cultural e a informacional, o projeto tem trabalhado na produção de ações socioeducativas e eventos culturais em torno de temas como o refúgio e os direitos humanos junto a uma rede de colaboradores, além da mediação e elaboração de conteúdo sobre estes tópicos nas redes sociais, como no Instagram e no Clubhouse.
SOBRE OS CONVIDADOS
Heifaa Hussein
Heifaa Ali Hussein Hussein nasceu em Bagdá, no Iraque. Estudante de Direito e Economia e funcionária de uma companhia nacional de refinaria em seu país, teve de deixá-lo em direção à Jordânia devido aos conflitos que estouraram ali em 2003. Vivendo no Brasil há quatro anos, atualmente cursa Enfermagem e fundou sua própria marca de vestuário e moda feminina baseada na cultura árabe.
Abdul Jarour
Nascido em Alepo, na Síria, Abdulbaset Jarour é uma liderança internacional pela causa da Migração e do Refúgio que vem ganhando destaque na sociedade brasileira por sua atuação legítima, não apenas em São Paulo, mas em todo o território nacional. Naturalizado brasileiro, o ativista chegou no Brasil em 2014 como refugiado de guerra e instalou-se na capital paulista, onde reside até hoje. Artista, administrador, empreendedor e conferencista, é engajado em projetos de cunho socioculturais. Atualmente, cursa Direito no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – o IDP. É membro fundador da ONG Pacto pelo Direito de Migrar África do Coração – PDMIG.