01 a 06/08
- Confira a programação completa abaixo
- Sala Lima Barreto
- Classificação indicativa: 16 anos
- Grátis
- Retirada de ingressos 1 hora antes na bilheteria
- É recomendado o uso de máscara
A mostra Curtametralha reúne filmes de dois momentos de efervescência da produção de curtas no Brasil – o boom do superoitismo nos anos 1970 e o advento do cinema digital, a partir de meados dos anos 2000. O fio que guia a curadoria é a ideia do curta-metragem como ação no espaço, em resposta às tensões e contradições sociais que atravessam o país.
Ao perambular em meio a estilhaços do passado recente, e atiramos provocações. Quais as ressonâncias entre esses dois tempos da história do curta no país? e as dissonâncias? Como a chama da primeira geração de curta-metragistas sobrevive na contemporaneidade?
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PROGRAMAÇÃO
01/08
17h Sessão 1 – Retrospectiva Sérgio Péo: pedagogias da transgressão
- Ñanderu, Panorâmica Tupinambá, de Sérgio Péo
- Marajó, a Última Lua da Maré, de Sérgio Péo
- Pênalti, a transgressão, de Sérgio Péo
- O Muro, O Filme, de Sérgio Péo
- Explendor do Martírio, de Sérgio Péo
19h Sessão 2 – Retrospectiva Sérgio Péo: poéticas urbanas
- Pira, de Sérgio Péo
- Rocinha Brasil 77, de Sérgio Péo
- Associação dos Moradores de Guararapes, de Sérgio Péo
- Cinemação Curtametralha, de Sérgio Péo
- Cinemas Fechados, de de Sérgio Péo
- ABC, Brasil, de Sérgio Péo
20h30 Debate 1 – Curtametralha: os filmes de Sérgio Péo
02/08
15h Sessão 3 – Perambulação
- Longa vida ao Cinema Cearense, de Irmãos Pretti
- Rap: O Canto da Ceilândia, de Adirley Queirós
- Coice no Peito, de Renan Rovida
- Visão 2013 Para Roberto Piva, de Priscyla Bettim
- Faço de Mim o Que Quero, de Sérgio Oliveira e Petrônio Lorena
18h Sessão 4 – Performance: corpos no espaço
- Xupapoynãg, de Isael Maxakali
- Negrum3, de Diego Paulino
- Tsunami Guanabara, de Cleyton Xavier e Lyna Lurex
- Solidariedade, de Fernanda Pessoa
- Rituais, de Francisco Pereira
- Para todas as moças, de Castiel Vitorino Brasileiro
20h Sessão 5 – Territórios em disputa
- Yvy Reñoi, Semente da Terra, de Coletivo Ascuri
- Em Trânsito, de Marcelo Pedroso
- Estamos Todos Aqui, de Chica Andrade e Rafael Mellim
- O Gigante Nunca Dorme, de Dácia Ibiapina
- Um Plano Pode Bastar, de Raoni Yacamin
- Entre Parentes, de Tiago de Aragão
03/08
15h Oficina – Programação de cinema: festivais e cineclubes
18h Sessão 6 – Remix: reinventando imagens
- Imagens de Acesso, de Gu da Cei
- Nunca é Noite no Mapa, de Ernesto de Carvalho
- As Aventuras de Paulo Bruscky, de Gabriel Mascaro
- Vista Mar, de Pedro Diogenes, Rubia Mercia, Henrique Leão, Rodrigo Capistrano e Claugeane Costa
- Filme dos Outros, de Lincoln Péricles
20h Sessão 7 – Noite
- Fantasmas, de André Novais Oliveira
- Adormecidos, de Clarissa Campolina
- As madrugadas, Nicolas Thomé Zetune e Pedro Geraldo
- Conte Isso Àqueles que Dizem que Fomos Derrotados, de Aiano Bemfica, Camila Bastos, Cristiano Araújo, Pedro Maia de Brito
- Sete Anos Em Maio, de Affonso Uchôa
04/08
15h Sessão 8 – Suspensões do tempo
- Plano Controle, Juliana Antunes
- Luz Industrial Mágica, de Kleber Mendonça Filho
- Saída da Fábrica, de Lucas Guerra
- Muro, de Tião
- Cartuchos de Super Nintendo em Anéis de Saturno, de Leon Reis
- Zona Sombra, de Luan Souza
18h Sessão 9 – Imobilismo
- Estado Itinerante, de Ana Carolina Soares
- Estamos Todos na Sarjeta Mas Alguns de Nós Ainda Olham as Estrelas, de João Marcos de Almeida e Sergio Silva
- Ótimo Amarelo, de Marcus Curvelo
- A máquina infernal, de Francis Vogner dos Reis
20h Sessão 10 – Dançar
- A Memória Sitiada da Noite, de Ewerton Belico
- Bailão, de Marcelo Caetano
- Charizard, de Leonardo Mouramateus
- Era, de Julia Baumfeld
- Ronda, de Mauricio Battistuci e Francisco Miguez
- Pedro faz chover, de Felipe César de Almeida
05/08
15h Oficina – Programação de cinema: festivais e cineclubes
18h Sessão 11 – Espectros: montagem como gesto
- Tudo Que É Apertado Rasga, de Fábio Rodrigues Filho
- Kogi, de Paul Gaitán
- A Sentença, de Laura Coggiola
- O Dente do Dragão, de Rafael Castanheira Parrode
- A Morte Branca do Feiticeiro Negro, de Rodrigo Ribeiro-Andrade
20h Sessão 12 – Palavra como ação
- Centelha, de Renato Vallone
- Relatos Tecnopobres, de João Batista Silva
- Cinema Contemporâneo, de Felipe André Silva
- Calça de Veludo, de Ana Moravi e Dellani Lima
- Os Cegos, de Bruno Risas
- Nada Haver, de Juliano Gomes
06/08
18h Reprise retrospectiva Sérgio Péo: pedagogias da transgressão
20h Reprise retrospectiva Sérgio Péo: poéticas urbanas
FILMES
Sessão 1 – Retrospectiva Sérgio Péo: pedagogias da transgressão
Em nossa primeira sessão dedicada à obra de Péo, trazemos uma constelação de gestos que abrem caminhos para a transgressão contra a tirania.
Sessão 2 – retrospectiva Sérgio Péo: poéticas urbanas
A segunda sessão retrospectiva da obra de Péo se constitui como um mosaico de experimentos fílmicos. São obras que, cada qual à sua maneira, desenvolvem uma poética urbana do grito e da provocação, transitando entre o centro e a periferia.
Sessão 3 – Perambulação
O cinema perambula pela cidade ou os filmes fazem a cidade perambular? A força motriz que marca as obras dessa sessão é deambulação pelo espaço urbano.
Comentário: Renato Trevizano dos Santos
Sessão 4 – Performance: corpos no espaço
Circulando por esquinas, avenidas, quartos e dimensões alternativas, encontramos performances que deslocam o lugar sentido das coisas. nesta seleção de curtas, vemos a curiosidade transformar corpos e lugares.
Comentário: Mariana Queen Nwabasili
Sessão 5 – Territórios em disputa
Já foi dito que a melhor forma de conhecer uma cidade é se perdendo por seus caminhos. no Brasil, o caminho é trincheira.
Comentário: Egberto Santana Nunes
Sessão 6 – Remix: reinventando imagens
Sob o prisma do remix e da reinvenção, os filmes reunidos nesta sessão efetuam pequenos golpes de astúcia, perturbando o suposto fluxo sensato das imagens e expectativas diante do mundo. Sem preocupações com explicações, esses curtas vieram para confundir.
Comentário: Lucas Lyrio
Sessão 7 – Noite
A noite inverte os sentidos da rua. nesse momento, o cinema surge como máquina do impossível, registrando coreografias e vozes improváveis. A câmera se torna notívaga entre a mobilidade clandestina e a petrificação sintomática.
Comentário: Maurício Abbade
Sessão 8 – Suspensões do tempo
O que acontece quando o tempo para? Em um mundo em crise, suspender o tempo se torna gesto de rebelião – gesto que é, também, origem de outras possibilidades de pensar e agir no agora.
Comentário: Isabela Alves
Sessão 9 – Imobilismo
Às vezes é necessário parar para começar de novo. nos filmes desse mosaico, a petrificação é gesto que encontra variações insuspeitadas.
Comentário: Lorenna Montenegro
Sessão 10 – Dançar
Essa sessão é um convite para uma pista virtual de dança.
Comentário: Patrícia Araújo
Sessão 11 – Espectros: montagem como gesto
Nos curtas dessa sessão, cacos de histórias silenciadas pelas narrativas do progresso colonial são colados e remontados.
Comentário: Renato Vallone
Sessão 12 – Palavra como ação
Na sessão que encerra a Curtametralha, filmes de estilos variados mostram o poder das palavras – entre a cura, a denúncia e a festa.
Comentário: Dalila Camargo Martins
Oficina – Programação de cinema: festivais e cineclubes
Em um jogo de aproximações entre curtas brasileiros de variados estilos, a curadoria da Curtametralha ergue um labirinto sensorial para ser habitado provisoriamente. A ideia do cinema como ação no espaço, que move a mostra, também dá nome às sessões, organizadas em torno de gestos. Este curso tem como base empírica o processo de curadoria da mostra Curtametralha e busca estabelecer um ambiente de diálogo em torno do ofício do programador de filmes entre os festivais de cinema e os cineclubes.
Debate 1 – Curtametralha: os filmes de Sérgio Péo
Para fechar o primeiro dia de mostra, teremos uma conversa com o curador e crítico João Paulo Campos. A palestra tratará da obra do cineasta Sérgio Péo, que completou 50 anos em novembro de 2022, e das transformações do curta-metragismo brasileiro ao longo do tempo. Seus filmes e sua trajetória inspiraram a realização da mostra Curtametralha: Cinema e Ação.
Debate: João Paulo Campos e Débora Butruce.
Sobre Sérgio Péo:
Sérgio Péo (Sérgio Casemiro Jucá dos Santos) nasceu no Pará em 1947 e aos 12 anos se mudou para o Rio de Janeiro. É arquiteto/urbanista, cineasta, poeta, artista plástico. Estudou arquitetura e urbanismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro e escolheu usar o cinema para retratar as condições de habitação e comportamento urbano na cidade. Seus filmes “Rocinha Brasil 77” e “Associação dos Moradores dos Guararapes” tratam destas questões.
Junto com outros cineastas de sua geração, sempre se posicionou a favor de políticas em defesa da cinematografia nacional, não apenas pelo desenvolvimento da mesma, mas também pela distribuição e espaço para exibição de seus produtos. No filme “Cinemação Curtametralha” de 1980 registra e documenta parte da memória desta luta.
Foi um dos fundadores da Corcina (Cooperativa dos Realizadores Cinematográficos Autônomos) – junto com Silvio Da Rin, Rubem Corveto, Sérgio Rezende, Pompeu Aguiar, Marisa Leão, José Carlos Asbeg, José Jofilly, Joathan Vilela Berbel, Lucio Aguiar, entre outros -, tendo sido o primeiro diretor-presidente da entidade. A Corcina tinha por objetivo promover e apoiar realizações de produções nacionais independentes, principalmente os curtas metragens. Durante 1980/81 foi também diretor da ABD/RJ (Associação Brasileira de Documentaristas).
Na década de 1980, acompanhou a emergência do movimento operário e do Partido dos Trabalhadores, na região do ABC paulista. No Rio de Janeiro, esteve bem próximo à movimentação artística em torno do Circo Voador e do Parque Lage, onde realizou \”O Muro – o Filme\”, em 1985.
Nos anos 1990 passou a dedicar-se também a pesquisas acerca dos índios brasileiros, resultando no filme \”Nanderu, Panorâmica Tupinambá\” (1991), e em produções posteriores realizadas em vídeo.
No século XXI Sérgio Péo continuou a produzir filmes em vídeo, experimentando novas linguagens, como filmes produzidos com celular e os curtas de um minuto.
Em paralelo à atuação como cineasta, dedicou-se às artes plásticas, ao design e produção de móveis, à poesia e à composição musical.