Uma das principais artistas visuais paulistanas, Amelia Toledo morreu aos 90 anos nesta quarta (8/11/2017). Com 60 anos de carreira – celebrados na exposição Lembrei que esqueci, atualmente em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil – São Paulo –, a artista se dedicou, sobretudo, à escultura, à pintura, à gravura, ao desenho e ao design, tendo como características marcantes de seus trabalhos a experimentação e a exploração da interação entre materiais de origens distintas.
A partir dos anos 1960, Amelia atuou, também, como professora na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie e na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, e na Escola Superior de Desenho Industrial, no Rio de Janeiro. Na mesma época, participou de exposições consideradas verdadeiros acontecimentos, antecipando o fenômeno que, nas décadas seguintes, passa a ser denominado de instalação.
Desde 2006, em uma das áreas do CCSP mais convidativas ao convívio, o Jardim Suspenso, está instalada Memória das Águas (foto), obra que, mais do que se integrar à arquitetura peculiar da instituição, se tornou um espaço do Centro Cultural. O próprio espaço concebido como obra de arte, servindo, inclusive, como elemento de criação para outras linguagens artísticas. Em 2011, uma das artistas selecionadas pelo Edital Novos Coreógrafos-Novas Criações: Site Specific desenvolveu a coreografia Em água, que dialogava justamente com a instalação de Amelia.
Foto: João Silva