Projeto Primeiro Ato visa projetar autonomia de crianças e bem-estar familiar
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Acervo pessoal
16/09/2025
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O projeto Primeiro Ato: Vida Dança Materna para Famílias e Bebês, que acontece todas as terças-feiras, até 30 de setembro, na Sala de Leitura Infantil do Centro Cultural São Paulo (CCSP) visa inserir na vida de bebês, mamães, papais e cuidadores na arte e na cultura desde os primeiros meses de convivência familiar.

À frente do projeto, a professora de Dança, Josie Berezin comentou sobre como a expressão corporal serve para outro tipo de interação entre pais e filhos, sendo através da Dança e da Música. E nesses encontros, as mães aproveitam para dialogar sobre vários assuntos da maternidade, enquanto seus filhos brincam e exploram o espaço sem que se sintam sós.
O nosso intuito é fazer o possível para estar mais perto das mães, principalmente no momento da gestação e do puerpério, que é um momento bastante delicado e complexo também muitas vezes para as mulheres. Aqui, no CCSP, oferecemos esse espaço para as mães poderem se encontrar, terem um momento de respiro e de lazer com seus filhos, como também para conversar sobre esse momento. Na Dança Materna, utilizamos vários tipos de músicas, temos uma escolha mais ou menos específica de canções que falem sobre amor, que falem sobre afeto, sobre relação mães e filhos e muito permeada também pela música brasileira. A gente entende que isso é de uma importância muito grande para a família, sua convivência e diálogo – disse a docente.

Para a redatora Anike Bento Pellegrini, as atividades têm dado excelentes resultados para ela e o seu pequeno Jorge.
Aprendi que o bebê também tem autonomia. Então, a gente está sempre com bebê no colo, quer pegar, quer brincar com ele, mas a gente não precisa sempre estar em cima do bebê, sempre brincando com ele, porque igual a Josie falou, o ócio também é importante, ele estar no chão, então ter esses momentos vazios para ele e para a gente. Há momentos em que ele fica no chão, e me olhando, mas não entendo que ele queira ser pego, acho que está entendendo o meu tamanho, talvez entendendo o tamanho dele, entendendo o que é o chão. É, acho que ele não queria tanto um colo, mas quando ele chorou, aí, sim, eu olhei e falei: “Não, tá bom. Vem para o colo, então” – disse entre risos a redatora.

Já a atriz Juliana de Lima Birchal acredita que o curso tem oferecido não só mais autonomia ao seu Antônio, mas também movimentação mais articulada quando não está em seus braços.
Ah, eu acho que é um momento de conexão que a gente tem, também de aprender como que o bebê se desenvolve essa parte motora, como que a gente pode estar ali mais para conduzi-lo do que necessariamente para impor alguma coisa. A questão do movimento, da tentativa de andar sozinho, e essa parte é super importante, até para a gente entender como que o bebê pode se desenvolver, como que a gente pode estar ali para ajudar. Também podemos estipular um espaço e dar pequenas atividades que a gente pode fazer para se conectar, para ajudar nesse vínculo com o bebê. O Antônio estava super curioso. Ele ficou observando muito o espaço. Eu vejo que ele tem o desejo de explorar. Ele ainda é muito pequenininho, vai fazer 4 meses, então ele não tem tanta mobilidade que nem outros bebês, mas ele ficou muito interessado na verdade, assim, de ver um outro espaço de ver outras coisas, quando ele se distraía, ele só olhava, via que eu estava por perto e ficava bem, se sentia seguro – relatou a atriz.

Vinda do Norte da Inglaterra, mais precisamente da Cidade de Leicester, a professora de Inglês, Samantha Rapini, trouxe o seu pequeno Max, que divertiu-se muito em realizar a Dança das Fitas, mas que não se fez de rogado e pediu para mamar durante os exercícios.
Às vezes, sinto-me muito sozinha, e aqui, acabei achando esta comunidade de pessoas com os mesmos desafios e as mesmas preocupações que eu, então, a troca de experiências é muito importante. Aqui, fazemos esses exercícios, mas também respeitamos o espaço e o tempo da criança, quando ele sentiu fome, precisei dar leite para ele. Então, seguimos o tempo dele, o tempo dos bebês. Max gostou muito. Ele gosta de encontrar os outros bebês, da música, principalmente da Dança das Fitas, que ele olhou, riu, pegou e é sempre bom oferecer novas experiências aos nossos filhos – salientou.

Indagada de como surgiu a ideia para este projeto, Josie Berezin disse que aliou seu trabalho com a Dança, mas também quando foi aluna de outro curso, quando foi mãe.
Eu tenho um filho, o Lior, ele tem sete anos, e ele acompanhou todo esse meu trajeto na Dança Materna.
Eu comecei quando ele nasceu, eu era aluna da Dança Materna de outra professora e eu, que sempre trabalhei com Dança, logo, me tornei uma docente deste estilo. No começo, meu filho ia junto comigo nas aulas e a gente aproveitava muito. Eu acho que é uma boa dose de inspiração para as aulas também, é, vem dessa minha experiência com a maternidade. Essa experiência de Dança Materna nos ajuda a entender sobre a nossa vivência: Do que é ter um filho, do que é ter um filho na sociedade que a gente vive e o que é ter esse espaço para poder dançar com ele – encerrou.
SERVIÇO:
9/9 a 30/9
Terças das 14h30 às 16h30
Bibliotecas – Sala de Leitura Infantil
Classificação indicativa: Livre
Grátis
Inscrição via formulário (clique aqui)