Aula com muito balanço, treino e swing conquistou até adeptos internacionais
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Acervo pessoal
29/09/2025
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Dos muitos cursos que são oferecidos anualmente no Centro Cultural São Paulo (CCSP), sem dúvidas o de Samba-Rock é um dos mais disputados, tanto que até um aluno veio de Paris para aprender a gastar as sandálias e sambalançar ao som de Jorge Ben, Gerson King, Ed Motta, Seu Jorge, Funk Como le Gusta e vários outros.
A música é vida, não é? E eu gosto de viajar, para aprender a dança daquela região, daquele País. Eu vim aqui convidado por uma amiga, e assim que ouvi o Jorge Ben, eu adorei o seu som e ritmo. O Jorge não é só a música, é sua maneira de cantar, de dançar, de como emprega a sua voz, ele é muito técnico – avaliou o engenheiro eletrônico francês Robin Calligari.

Já a sua companheira de dança, a professora de Relações Internacionais, Carolina Ferreira Galdino, o ajuda a acertar os passos, além de apresentar outros músicos do ritmo do Samba-Rock.
Adoro dançar. Dança é movimento, é vida, é alegria, e sinto tudo isso muito mais no Samba-Rock, que também é um meio de valorizar a cultura preta. Eu ainda não frequento muito os bailes, mas a Dança nos ajuda a ficar menos inibidos, e os movimentos nos ajuda a nos sentirmos melhor com nós mesmos. Resolvi trazer o Robin para conhecer de perto a nossa cultura, ele aprende rápido os passos e já consegue fazer muito sozinho – salientou a docente.

De fato, para muitos alunos, a Dança é um potente artifício para deixar a inibição de lado, não só para aprender a prática da conversação, como também da paquera.
Olha, o Samba-Rock me ajudou a sair de um monte de problemas, então, na Dança, eu sempre encontro a melhor estratégia para sair do meu problema inicial. Era muito frustrante quando eu ia aos bailes, me convidavam para dançar e eu não sabia. Você acredita que uma vez o meu par me largou no meio da pista? E eu pensei “Nossa, e agora”? Aí, agora, eu já consigo mais ou menos sair para arriscar uns passos. Hoje, quando me tiram para dançar eu acho ótimo, porque cada pessoa tem o seu jeito de dançar, e sempre ouvi meus professores, quando diziam que é só você dar a resposta do condutor. Então, eu coloquei isso na minha cabeça, e eu espero o condutor fazer o movimento e aí eu faço o meu movimento. Com a facilidade da Dança, até já conquistei alguns meninos nos bailinhos – disse entre risos, a assistente jurídica Michelle Francine Júlio.

Para outros, a Dança vem como válvula de escape para livrar-se de traumas pessoais ou até mesmo para superar problemas profissionais e familiares, como foi o caso do tradutor de línguas Maurício Tanaka.
Aprender a dançar me ajudou a me soltar mais para relacionamentos com as pessoas, e isso me libertou bastante, aprendi a relaxar através da dança, e isso tudo começou quando perdi meu pai, e a dança serviu para extravasar um pouco, eu estava muito tenso, porque era eu quem cuidava dele. No momento da dança, você sente a vibração das pessoas, da música, e aí, você se sente em paz – afirmou Tanaka.

Já para a recepcionista Sônia Alves de Souza, aprender a dançar é motivo de honra, pois sempre admirou a prática, mas não conseguia uma desenvoltura quando era convidada para a pista de baile.
Eu ia nos bailes, eu via as pessoas dançando, então tinha curiosidade em aprender era enorme. Achava difícil e resolvi ter aulas para poder finalmente ter coragem de aceitar um convite para dançar. Quando os rapazes me chamavam, eu sempre dizia que não sabia, eles ficavam chateados, achando que eu não queria, mas agora, eu falo que ainda estou aprendendo, mas vou em frente. Eu sigo muito o que os professores falam, como o par se porta e como nós devemos responder à condução deles – salientou Sônia Alves.

A frente do curso está o instrutor Bruno Magnata, que contou sua experiência em ministrar aulas no CCSP.
Tenho uma alegria e uma gratidão muito grande em poder estar nesses 16 anos de convivência com o Samba-Rock, por poder entrar nos corações, conhecer a galera, mostrar também a verdade das técnicas, das inteligências que tem, das estruturas do ritmo, sabe? A história riquíssima que tem de São Paulo para isso. Então todas as vezes que eu encontro alunos novos que nunca viram isso e se deparam, eu vejo os olhos deles brilhando com isso. Fico muito feliz como profissional, que ensina e que realiza bailes. Então, a gente fica sempre preso a isso, às alegrias, aos olhos, sempre acompanhando com a técnica, conhecendo a história e estamos aí firmes e fortes. Por onde eu vou, graças a Deus, minha imagem já ficou conectada ao Samba-Rock, e para mim, isso é um legado muito importante também na minha vida – encerrou o professor.

SERVIÇO:
Dias 04, 11 e 18/10
Sábados das 17h às 18h30
Sala de Ensaio 1
Classificação indicativa: 16 anos
Grátis
Inscrições via formulário: Clique aqui
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