20/08
- Domingo, às 15h
- Sala Lima Barreto
- Classificação indicativa: livre
- Grátis
- Retirada de ingressos 1 hora antes na bilheteria
- É recomendado o uso de máscara
Uma importante característica do cinema mundial contemporâneo é a entrada, na cena da autoria artística, de sujeitos que foram historicamente alijados do campo criativo autoral, apesar de serem, há muito tempo, foco da atenção de cineastas, repórteres e cientistas sociais. No Brasil, acompanhamos a irrupção de novos autores e autoras de diferentes povos indígenas em programações de festivais, cineclubes e eventos de arte em geral.
A sessão de agosto do Cineclube Disgraça, intitulada Terra-Floresta, é dedicada ao cinema indígena contemporâneo e procura somar forças ao evento enCantos e rExistências – cinema dos povos indígenas, mostra com curadoria de Idjahure Kadiwel e Ana Estrela, apresentação do Centro Cultural São Paulo em parceria com Museu das Culturas Indígenas, Rede Cineflecha e Arte in Vitro Filmes.
No dia 20/08, apresentaremos obras cuja reunião pode revelar não apenas as semelhanças entre os filmes, mas também, algumas diferenças artísticas entre cineastas indígenas em atividade. Os filmes exibidos são Yvy Reñoi, Semente da Terra (2019), curta-metragem dirigido pelo coletivo ASCURI (Associação Cultural de Realizadores Indígenas), seguido do longa Urihi Haromatipë – Curadores da Terra-Floresta (2014), de Morzaniel Ɨramari Yanomami. Depois da exibição, teremos uma conversa com a convidada Ana Estrela e os programadores do cineclube.
O Cineclube Disgraça é programado por João Paulo Campos, Bruno Risas e Dalila Camargo Martins.
FILMES
Yvy Reñoi, Semente da Terra, de Ascuri (Associação Cultural de Realizadores Indígenas)
MS, 2019, 15 min
A 279 km de Campo Grande, fazendeiros da região formaram uma milícia armada e atacam as retomadas Kaiowá e Guarani de Tei’ykue encorajados 5 dias após a visita de Bolsonaro à capital. O resultado foi a morte do agente de saúde Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, uma criança atingida na barriga com munição letal e vários professores feridos com bala de borracha.
Urihi Haromatipë – Curadores da terra-floresta, de Morzaniel Ɨramari Yanomami
2014, 60 min
Os trovões estão avisando: “”a Terra está doente””. Para curá-la Davi Kopenawa reuniu os xamãs Yanomami de diversas regiões. Com a ajuda do alimento dos espíritos, o rapé yakoana, eles vão tratar os males provocados pelas cidades e doenças dos brancos.
Sobre a convidada:
Antropóloga, curadora e documentarista, Ana Estrela atua como supervisora de formação e do Núcleo de Transformação e Saberes, no Museu das Culturas Indígenas. Co-fundadora da Rede CineFlecha, desenvolve há mais de dez anos oficinas de formação audiovisual, além de vídeos, documentários e pesquisas com os Maxakali/Tikmũ´ũn, da região do Vale do Mucuri, em Minas Gerais. Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo, estuda a produção audiovisual indígena e já realizou inúmeros projetos de produção audiovisual, dentre eles a criação do Coletivo de Cinema Maxakali do Pradinho.