Mescla de Popular e Erudito faz sucesso na Área de Convivência do CCSP
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Acervo pessoal
15/09/2025
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Grandes mestres da Música Popular Brasileira e Erudita estiveram presentes, no último sábado, 13, na Área de Convivência do Centro Cultural São Paulo (CCSP), se não em corpo presente, mas nos acordes do grupo Choro pro Santo, que trouxe um repertório variado de ritmos variados de Baião, Samba, Música Clássica, Música Folclórica Russa, Cigana e Argentina.
Pode entrar, a porta está aberta…
Como cartão de visitas, o grupo iniciou a apresentação com Adiós Nonino, seguida de Sabiá, grandes sucessos de Astor Piazolla e Luiz Gonzaga, respectivamente. Com as músicas tão intensas, o CCSP foi ganhando corpo, as pessoas na rua foram ouvindo e ocupando o espaço de apresentação para prestigiar a apresentação.
Famílias foram ocupando os bancos de praça e até sentando no chão, e em dado momento, crianças passaram a assistir bem de perto, sentadas e correndo entre os músicos, tornando a cena lúdica e aconchegante aos olhos. A pequena Nina Blanco Nakamura desgarrou-se de seus pais e foi assistir de perto a apresentação, dançou, pulou entre os músicos, dando um show à parte.

Ah, eu achei muito interessante, porque eles acabaram mostrando que diferentes tipos de música podem ser unidos de uma forma que o público conheça e goste daquilo que está ouvindo. É uma apresentação que dá para toda a família, minha filha aproveitou um monte. Meu filho também curtiu muito, eles gostam muito de música e é importante para eles para conhecer os diferentes gêneros de música, diferentes tipos de artista. Minha filha ainda não toca um instrumento, mas ela tem aulas de música na escola, quem um dia ela aprenda a tocar um instrumento? – ponderou a jornalista Bárbara Doval Blanco Nakamura.
A partir daí, os músicos apresentaram um repertório de rapsódias, com canções nacionais e internacionais na mesma interpretação, sendo que nenhuma delas faz parte do ritmo do Choro, mas que assim ficaram com uma nova roupagem. Capitaneado pelo maestro e sanfoneiro Thadeu Romano, o grupo tocou uma mistura de Bachianas Brasileiras (Villa Lobos), com Eleanor Rigby (Beatles), Pisa na Fulô (João do Vale) e O Xote das Meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas).

Começamos o estudo da música erudita, depois partimos para música popular e a gente é amante de jazz, de rock, de tudo. E a gente, além de música, é pesquisador e professor. Então, sempre em nossos encontros, brincando, a gente fala: “Você lembra isso aqui, só que lembra aqui…”. A gente percebeu que tudo é um caldeirão e tudo combina. É como eu sempre digo: A música não é para ser separatista, ela é agregadora. É tudo meio orgânico, energético, até porque música não é uma ciência exata, não é? Eu gosto de falar isso aos meus amigos matemáticos, só que eles querem ‘me matar’, que a música é a única lógica com sentimento. Então, juntando isso, a gente faz toda essa junção. Eu sou de Campinas, mas fui criado Rio Grande do Sul, depois voltei. Eu sou meio gauchado. Tive como grandes mestres como Dominguinhos, Osvaldinho do Acordeon e o meu mestre supremo, que foi Sivuca, eu toquei e aprendi muito com todos eles – confidenciou Thadeu Romano.

Em uma outra rapsódia, ouviu-se o Bolero, de Maurice Ravel, com Raiders of the Lost Ark, de John Williams que é o tema do filme Indiana Jones, com o final coincidindo com os acordes do refrão da famosa canção italiana de Giuseppe Turco e Luigi Denza, Funiculì, Funiculàm, que realmente são bem parecidos. O grupo ainda interpretou Caetano Veloso, Baden Powell, Vinícius de Moraes, Tchaikovski, Villa Lobos e Albinoni.
A gente faz essa mistura meio world music, trazemos várias tendências de várias épocas. Então, a ideia é tocar, juntar as músicas que estão no inconsciente coletivo das pessoas que estão assistindo, não importando a idade delas, o show é para todos. Então, a gente puxa um Bolero, um Tango, trazemos junto Os Beatles, assim como as músicas eruditas com Tchaikovski, Albinone, Bach e misturamos com um Baião e fazemos um som bem bacana. As pessoas nos escutam e sempre falam “Olha, que legal” – sintetizou Adriano Gilson, violinista do grupo.
Descem as cortinas…
Ao fim da apresentação, o público, que estava disposto no Jardim Suspenso, na Área de Convivência, nas cadeiras de praça aplaudiram de forma esfuziante e foram tirar fotos com os músicos.
Para saber mais da programação do mês de setembro, acesse o site do CCSP.