Luiz Telles

Cada Tijolinho do CCSP

Luiz Benedito de Castro Telles: Arquiteto responsável pelo projeto do CCSP (1943 - 23/02/2014)

“Mas o que mais dá uma noção de um possível acerto é ver como as pessoas se apropriam dos espaços. Por isso que eu quis vir pra cá.”

 

“Eurico me chamou para fazer um concurso aqui em São Paulo, que era o concurso da Petrobras, no Rio de Janeiro. E a gente trabalhou junto e deu super certo! Não ganhamos o concurso, mas aquela amizade ficou mais forte ainda.”

“A questão do Eurico (…) é o seguinte:  era um cara altamente inteligente, altamente criativo, e o que eu achava, ele também achava isso, que a gente funcionava como o pessoal de teatro chama efeito escada, onde dois em cena, um se emociona, o outro se emociona com a emoção do primeiro, e emociona mais o segundo, e aí vai aquela troca, porque os papos eram muito engraçados.”

“Noemi do Val Penteado…Essa mulher foi uma das pessoas mais inteligentes e humanistas que eu já conheci. Ela era diretora do Departamento de Bibliotecas Públicas.”

 “Já em 1975, quando acontece a questão do Projeto Vergueiro aqui, e da mudança e esse terreno que foi cedido em função da dona Noemi do Val Penteado pra Departamento de Bibliotecas (…), que era da classe do Eurico. ..foram para a Europa, viajaram o mundo para ver como era a biblioteca nova em função do livre acesso, porque até então as bibliotecas conservavam o livro em torres e cada um que chegasse, precisaria pedir para a bibliotecária para poder ir buscar esse livro…”

 “E a gente estava projetando um espaço que era um espaço de encontro o tempo inteiro, principalmente porque o livre acesso se contrapunha, inclusive, à arquitetura da (Biblioteca) Mário de Andrade. Não que ela estivesse errada, ela foi inaugurada em 1942, nós já estávamos em 1975. Então, o que a gente queria era fazer com que as pessoas começassem a gostar daquilo que se chamava cultura.” 

“Quer dizer, a Biblioteca, antes de mais nada, guardava do que oferecia a informação (…) E a gente foi vendo, via os próprios que viajaram e a comissão, que o mais importante não era guardar. O importante era fornecer a informação. E para fornecer a informação, o edifício tinha que escancarar as portas.”

“As árvores  (…) elas estão, por dois motivos: um, porque elas são as heroínas máximas que elas levaram tijolada, pó, tudo, cal, o que você pode imaginar, e continuaram vivas; e outro que (…) elas funcionam como um grande filtro, que é gostoso de ver, que elas estão aí ainda, e elas fazem moldes, elas compõem o edifício, foi sempre pensado com elas.”

Registro Oral, Escrito e Imagético das Histórias de Quem Construiu e Constrói o Centro Cultural São Paulo

Créditos

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