Músico traz informação inédita do tema Tio Barnabé, do Sítio do Picapau Amarelo
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Isabela Pretti
Ídolo de gerações desde os anos de 1960, Jards Macalé ditou tons de vários sentimentos de amor no show Coração Bifurcado, realizado neste domingo, 25, na Sala Adoniran Barbosa, na Virada Cultural do Centro Cultural São Paulo (CCSP).
Com um repertório recheado de canções românticas, o cantor mostrou versatilidade, entusiasmo, vitalidade e sintonia com o público que, participativo, cantou juntamente com o músico. A banda, que formada apenas por mulheres, contagiou com uma desenvoltura melódica e um entrosamento harmônico que muito contribuiu com a coletânea do show.
Das várias canções executadas, a plateia empolgou-se, em especial, quando Jards entoou Amor in Natura, Meu Amor e Meu Cansaço, Mal Secreto, Grãos de Açúcar, e A Foto do Amor. Um dos pontos altos foi quando a tecladista Ifatoki Maíra Freitas cantou Simples Assim, música que deveria ter sido gravada por Gal Gosta, mas com a morte da cantora, não foi possível. Maíra cantou à capela, mostrando uma bela voz, que deixou a Adoniran Barbosa extasiada.
Em um intervalo de uma música para outra, Jards pediu à guitarrista para dar um acorde de Dó Maior, para adaptar ao som de seu violão, e nisso, o músico começou a filosofar com o som dessa frase: “Dó Maior; Tom Maior, que belo tom, Som Maior… por favor, digam todos ‘Tom Maior’”, ao que o público repetiu.
Em seguida, Jards e toda a banda divertiram-se em imitar a Ana, interprete de Libras, quando ela fazia os gestos de balançar aos mãos, que significam aplausos. “Eu adoro esses gestos de Libras, é alegre”, até o próprio público passou a fazer os mesmos gestos em forma de demonstrar inclusão e empatia.
Cercado por dezenas de fãs ao fim do espetáculo, Jards Macalé demonstrou a prestimosidade de sempre, atendeu a todos, distribuiu beijos, abraços e autógrafos.
Indagado sobre sua participação na trilha sonora do seriado original do Sítio do Picapau Amarelo (1977), da Rede Globo, com o tema Tio Barnabé, o cantor nos deu uma informação inédita sobre a composição que, no disco, foi apenas creditada a ele e a Marlui Miranda, mas teve mais um parceiro que não teve seu nome registrado.

Tio Barnabé era o mais tocado ao fim do programa, quando apareciam as “cenas dos próximos capítulos”.
A trilha sonora do Sítio do Picapau Amarelo foi, na verdade, uma encomenda a cada um dos compositores, e a mim, coube a do Tio Barnabé, que é um personagem fantástico. Apenas a introdução dessa música é de minha composição, junto com o Xico Chaves, meu parceiro, e o restante da letra é da Marlui Miranda, também minha parceira. Eu adoro essa música, sempre me emociono quando eu a ouço: ‘De tanto andar pelo mundo todo, aprendi coisas do fundo grande…’ Para mim foi muito especial, pois eu fui leitor de Monteiro Lobato na infância, e essa é uma recordação muito gostosa, muito obrigado por nos lembrar – disse emocionado, o cantor.