Grupo traz a efervescência do agreste pernambucano para o CCSP
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Arquivo pessoal
Grupo traz a efervescência do agreste pernambucano para o CCSP
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Arquivo pessoal
Uma apresentação contagiante de Rock, Forró, MPB, Pop, e outros ritmos dançantes agitaram o público na Sala Adoniran Barbosa, no último sábado, 17, com a dupla Arvoredo e Gabi da Pele Preta, com o show Encruzilhadas Agreste, como parte das comemorações do aniversário do Centro Cultural São Paulo (CCSP).
Oriundos do Agreste pernambucano, Arvoredo, de Garanhuns, a Terra das Flores – e Gabi, do melhor São João do mundo e Capital do Forró, Caruaru, o encontro artístico fez a plateia largar as poltronas e cair na dança. No palco, a dupla cantou músicas de seu repertório, além de sucessos de vários artistas consagrados, como Flávio José e Alceu Valença.
Eu trouxe tudo de Caruaru comigo, é impossível não lembrar de Luiz Gonzaga, né? “Trouxe o triângulo, trouxe a zabumba dentro do matulão…” (canção Pau-de-Arara, de Guio de Morais e Luiz Gonzaga). Eu sou de Caruaru, cresci em Bonito e voltei para minha cidade para estudar Comunicação Social, quando decidi ser artista, muito por conhecer e ser inserida na cultura, nas noites de música e dos barzinhos de Caruaru. Minhas escolhas foram bem estratégicas para chegar onde cheguei, até mesmo quando o Arvoredo me conheceu e me convidou para fazer parte desse projeto. Eu me sinto muito feliz em me apresentar em São Paulo, pois aqui temos a oportunidade de cantar para todo o mundo, pois aqui tem pessoas de todos os lugares, pessoas do mundo todo que estão numa das maiores cidades do planeta. A gente vai lançar nas próximas semanas um single chamado Tumbeiro, que é uma composição de Fernanda Limão em parceria com Revoredo. É uma canção que eu canto há aproximadamente 10 anos, mas que só agora será registrada em gravação. É uma música que já tem história, que nosso público sabe cantar e que é uma das nossas marcas registradas, justamente por ser um relato histórico, até porque é uma canção que vai muito para ambiente escolar, acadêmico e tal… – relata a cantora.
De família de músicos, Arvoredo afirma que sua bagagem musical ajudou a levar mais calor humano para os palcos, o que é um contraste com sua cidade natal, pois Garanhuns faz parte do Circuito do Frio de Pernambuco, sendo uma das cidades mais frias do Agreste.

Garanhuns, que é o meu lugar, foi a base de toda a minha construção artística, é essa construção que atravessa a gente, atravessa o nosso corpo, atravessa a nossa a nossa formação enquanto cidadão. Somos do Agreste, mas um Agreste frio, porque chove muito lá, ao contrário da maioria das cidades da região. Cresci acompanhando as bandas de baile da cidade, além que meu tio era contrabaixista, meu avô radialista e minha tia era uma colecionadora de vinil, então, tudo isso me ajudou a chegar onde cheguei. A música nos aproxima, é tão lindo chegarmos aqui e o público vir cantar e dançar conosco, fazer uma grande festa. O Encruzilhadas Agreste foi fruto de um trabalho de conhecer os músicos, convidar as pessoas com quem eu gostaria de tocar, foi assim com a Gabi, quando a conheci cantando nos bares de Caruaru, e a gente chega aqui em São Paulo e é tão bem recebido… Quando eu cheguei aqui, que vi essas pessoas que estavam aqui, que muitas delas vieram conhecer o nosso trabalho e o carinho que a gente recebeu no final para mim é uma realização – disse emocionado, o músico.
O show Encruzilhadas Agreste, com Arvoredo e Gabi da Pele Preta, foi mais do que uma simples apresentação musical, foi uma celebração vibrante da diversidade sonora brasileira. Com uma mistura envolvente de ritmos, a dupla levou o público a uma verdadeira viagem pelas encruzilhadas culturais do país. A Sala Adoniran Barbosa pulsou e marcou o aniversário do Centro Cultural São Paulo, reafirmando o espaço como um dos grandes palcos da arte e da pluralidade musical da cidade.