Obras de Alexandre Ignácio estarão em exposição até início do mês de dezembro
Por Alexandre César | Redação CCSP | Fotos: Acervo pessoal
29/09/2025
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A Curadoria de Artes Visuais do Centro Cultural São Paulo (CCSP) reinaugurou, no último sábado, 27 de setembro, o Projeto Monográficas, com dezenas de obras do artista plástico Alexandre Ignácio Alves, na Sala Tarsila do Amaral.
Criada em 2011, pelo curador José Augusto Ribeiro, a mostra ficou ausente por 20 anos. Retomada apenas agora, sob a batuta da curadora Maria Adelaide Pontes, o primeiro artista a reintegrar o espaço foi o renomado pintor Alexandre Ignácio Alves, com 30 anos de carreira, onde o espaço reúne cerca de 130 obras, dentre pinturas, desenhos, gravuras e estudos em diversos aspectos, como retrato e paisagem.
Para mim foi uma honra participar desse projeto, uma revisitação de 30 anos do meu trabalho, e não foi fácil fazer a seleção de obras que viriam para cá, a própria Maria Adelaide ajudou nesse quesito. E tudo isso aqui é uma série de processos, de muito estudo. Quanto à inspiração, eu vou dizer que eu fiz uma pergunta há muitos anos: “Qual era a validade das obras nos dias de hoje”? Na contemporaneidade, eu trabalho com gêneros clássicos. Então, paisagem, retratos que estão mais nos recortes aqui, natureza morta que está menos… E aí, desde então eu venho tentando responder essa pergunta. Espero que mais pessoas venham à exposição, vale a pena ver. Por exemplo, por um processo de trabalho, afinal, são três décadas de produção, como as coisas se desenvolvem e vão mudando ao longo do tempo – citou Alexandre Ignácio.

Dentre as várias obras do artista, alguns destacam-se por terem sido produzidas na época da Pandemia do Coronavírus, do qual o artista aproveitou para retratar em pintura e desenhos seus familiares e amigos, através de fotos e visitas esporádicas, após horas e horas de conversas por telefone, como meio de matar as saudades.
Eu acho que o mais legal é observar como que o Alexandre usa a fotografia no trabalho dele o tempo todo. Eu acho que, embora a exposição faça uso de uma técnica muito tradicional, que é essa pintura em preto e branco, monocromática, ele não abandona estratégias, ferramentas contemporâneas como a fotografia digital. Para mim foi uma surpresa em ser retratado e ver a pintura pronta, eu ainda não tinha visto. Essa pose ele me pegou sentado numa cadeira de praia no jardim. A gente tava em plena Pandemia, sabe aqueles furos que só os amigos faziam para vencer também a solidão depois de longas e longas eh horas de telefone. E essa praia retratada não é na praia, é meu quintal – disse entre risos, o professor de Arte e amigo do artista, Tiago Gualberto.

Ao visitar o espaço, a vendedora Thainá Osório estava encantada com a exposição.
A exposição é belíssima, eu estou achando incrível cada detalhe das pinturas dele, tudo, incrível. Eu estou conhecendo esse artista pela minha madrinha, pois conhece seu trabalho há anos, e eu estou conhecendo o trabalho dele hoje. Já comecei a segui-lo no Instagram já para não perder as novidades. Eu queria falar parabéns, a obra dele é incrível, todos os trabalhos dele, ao decorrer dos anos a evolução de toda a técnica, de todo o trabalho, é tudo maravilhoso – exclamou Thainá Osório.

Com a Sala Tarsila do Amaral totalmente tomada por amantes das artes, colecionadores, críticos, jornalistas especializados na área e demais visitantes, a curadora Maria Adelaide Pontes não escondeu o entusiasmo com o sucesso da mostra.
Essa é uma produção iniciada nos anos de 1990. E a maioria das obras aqui que estão expostas são inéditas, mesmo as que foram produzidas nessa década. As obras, a maior parte, fazem parte da coleção do artista com alguns empréstimos de colecionadores. E é uma exposição que dá conta dessa produção dividida em três núcleos principais. O artista trabalha muito com esse gênero, os clássicos da pintura, o retrato, a paisagem e aí quem vier a exposição vai ver também como ele como é essa pesquisa plástica dele é no trânsito desses gêneros e além de um núcleo né que a gente chamou de iconografia que reúne alguns emblemas que ele cria ou que ele vai usar simbólica imagem simbólicas que estão também no campo da história da arte ou da arte rupestre e ele vai trazer esses elementos também para essa produção, principalmente no início da carreira dele. Mas é uma exposição de largo espectro da produção dele, tem também estudos, esboços de trabalhos. Então, dá para você acompanhar um pouco do processo criativo do artista – afirmou Maria Adelaide.

SERVIÇO:
27/09 a 07/12
De Terça a Domingo das 10:00 as 20:00
Inauguração dia 27/09 – sábado, às 15h
Sala Tarsila do Amaral
Classificação indicativa: livre
Grátis
Sem necessidade de retirada de ingressos
Consulte a programação do mês de outubro no site do CCSP.