No dia 13 de maio, o Centro Cultural São Paulo (CCSP) comemorou mais um aniversário. Nessa trajetória de 43 anos, foram muitas as pessoas que contribuíram diariamente para fazer do CCSP o que ele é hoje. Entre elas está Francisco Carlos Santiago, conhecido simplesmente como Santiago, hoje sinônimo de presença constante e conhecimento profundo das bibliotecas da casa.
Há 19 anos no CCSP, Santiago é um rosto conhecido entre os frequentadores da biblioteca. Sempre atento, ele conhece tanto o acervo quanto o perfil de quem por ali circula. “A gente tenta saber o máximo do público e do acervo”, resumiu. Ao longo desse tempo, ele acumulou inúmeras histórias, algumas inconfessáveis, segundo ele, mas uma em especial ganhou destaque pela mistura de susto, humor e imaginação.
Certa vez, enquanto atendia próximo à escada que leva aos banheiros, um visitante chegou apressado pedindo a localização do banheiro masculino. Santiago indicou o caminho, mas minutos depois o rapaz voltou em pânico: “Meu Deus do céu, tem uma mulher lá dentro!”. A expressão dele era tão assustada que fez Santiago pensar que o visitante havia presenciado uma aparição da famosa “loira do banheiro”. Foi até lá conferir e, para sua surpresa, tratava-se apenas de um homem de cabelos compridos. O visitante, aliviado, pediu desculpas. “Ele veio tão assustado que achei que fosse assombração!”, relembra Santiago, rindo.
Histórias como essa mostram como o CCSP é mais do que um espaço físico: é um cenário onde o cotidiano e o inusitado se cruzam, sob o olhar atento de quem faz parte dessa história. E Santiago tem conselhos valiosos para quem visita o lugar pela primeira vez: “Aproveitem tudo: as exposições, os andares, e um dos meus lugares preferidos, a horta comunitária. Quem passa por lá sempre sai com a sensação de que foi bem acolhido.”
Para Santiago, o CCSP é um espaço onde o tempo ganha outra dimensão. “Cada dia é diferente, cada pessoa traz uma nova história”, diz.
Reportagem: Maria Paula Azevedo
Foto: Nina Gocke
Projeto: Sabrina Godoy