04/06 a 17/07
- Terça a sexta, das 10h às 20h, sábado, domingo e feriado das 10h às 18h
- Piso Caio Graco
- Abertura da exposição: 04/06 às 17h
- Gratuito, sem necessidade de retirada de ingressos
- Classificação Indicativa: livre
- É recomendado o uso de máscara
A 13ª edição da Bienal de Arquitetura, realizada pelo IAB-São Paulo (desde 1973), acontece simultaneamente no Centro Cultural São Paulo e Sesc Avenida Paulista. A proposta Travessias parte de uma realidade de intensas transformações geradas pela pandemia de COVID-19 em todo o mundo e que exigiu esforços intensos de organização das dinâmicas urbanas, sociais e profissionais pela sobrevivência. De novembro de 2020 a janeiro de 2021, foi aberto um concurso para selecionar uma proposta de co-curadoria para a 13ª edição que sugeria como eixos norteadores: democracia, corpos, memória, informação e ecologia.
Entre as 11 propostas avaliadas, Travessias, que dá nome à edição, foi escolhida por unanimidade. A equipe vencedora é formada por nove integrantes brasileiros de diversas áreas de atuação: Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinícius Alves, Raíssa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva, Viviane de Andrade Sá. O grupo, ao lado da curadora residente, Sabrina Fontenele, construiu a 13ª Bienal Internacional de Arquitetura – Travessias.
A 13ª Bienal Internacional de Arquitetura – Travessias reúne trabalhos de 10 convidados pela curadoria – instalações artísticas – e de 23 selecionados por uma chamada aberta. A exposição desses projetos acontece no Sesc Avenida Paulista e no Centro Cultural SP. A 13ª edição é composta por três eixos: a exposição nos dois endereços; por uma extensa programação – conferências, mesas temáticas e performances.
PROGRAMAÇÃO
04 de junho, sábado
17h30 às 18h30: Performance: “Ponto final, ponto seguido – Com Uýra”
Piso Caio Graco – Entrada livre.
05 de junho, domingo
10h30 às 12h: Ativação de obras: “Ativar piedade”
Lá na Piedade: conversa e experimentação – com Juliana Lisboa, Renato Pontello e Dona Sandra Reis
Inscrições prévias pelo site da Bienal de Arquitetura.
Piso Caio Graco – Entrada livre.
19 de junho, domingo
17h às 18h30 : Ativação da obra: “Iluminai os terreiros”
Roda de conversa e intervenção artística – com Jaime Lauriano e Cartografia Negra.
Piso Caio Graco – Entrada livre.
26 de junho, domingo
16h às 18h: Ativação da obra: “Ilha em mim”
Arquipélago – com Carolina Clasen, Jorge Bassani e Tim (Wellington Neri)
Inscrições prévias pelo site da Bienal de Arquitetura.
Piso Caio Graco – Entrada livre.
01 de julho, sexta
Mesa de debate
19h às 21h | Mesa de debate presencial: “Territórios e raça”
Sala Adoniran Barbosa
SINOPSES
Ponto final, ponto seguido – com Uýra
Dois atos: pra lembrar, pra curar. Nas mãos, terra. Plantando em rito sobre o asfalto, ativa e faz ressurgir um sistema radicular em grande escala. Floresta viva e aguada pra gritos e apagamentos curar. Ponto final, ponto seguido, apresentada pela artista indígena Uýra, pensa e ativa ressurgimentos de Vida coberta pelas materialidades e imaginários coloniais. Terras, memórias, águas e florestas dormem debaixo do asfalto. Participação entre e com o público. Uýra é uma entidade híbrida, o entrelaçar dos conhecimentos científicos da biologia às sabedorias ancestrais indígenas. Chama as plantas por seus nomes populares e em latim, e assim evoca suas propriedades medicinais, seus gostos, seus cheiros, seus poderes. O resultado é uma compreensão complexa e intrincada da mata, um emaranhado de conhecimentos e buscas. Uýra se apresenta como “uma árvore que anda”. Nasceu em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, quando a bióloga decidiu expandir sua pesquisa acadêmica e buscar formas de levar o debate sobre a conservação ambiental e os direitos indígenas e LGBT+ às comunidades de Manaus e seus arredores. Em aulas de arte e biologia, ou performances fotográficas, em maquiagens e camuflagens, em textos e instalações, o que Uýra faz é falar desde a floresta e com ela.
Ativar parede
A partir de uma vivência na instalação Ativar Piedade, o público é convidado a adentrar a Piedade, uma comunidade marcada pela coletividade, pelas tradições do samba e pela sua conexão com a natureza, que no entanto vem sofrendo sistematicamente os efeitos da violência e um consequente processo de evasão. A ação terá a presença da moradora e benzedeira Sandra Reis, o compartilhamento de ervas medicinais colhidas na Piedade, um tour em realidade aumentada pelo trajeto da intervenção urbana e outras trocas. Juliana Lisboa, Renato Pontello e Dona Sandra Reis fazem parte do coletivo Cidade Quintal, um laboratório de práticas urbanas que desde 2016 se dedica a fortalecer comunidades a partir da arte, do design participativo e do urbanismo.
Iluminai os terreiros
Jaime Lauriano e o coletivo Cartografia Negra convidam intelectuais sambistas para uma roda de conversa e uma intervenção artística para a ativação da obra “Iluminai os terreiros”, que reúne trocas com terreiros de candomblé e umbanda de São Paulo e do Rio de Janeiro. A atividade propõe um diálogo compassado com letras de samba e pagode sobre saberes, musicalidades e religiosidades afro-brasileiras. Jaime Lauriano é artista visual. Sua produção busca trazer à superfície traumas históricos relegados ao passado, aos arquivos confinados, em uma proposta de revisão e reelaboração coletiva da História. Cartografia Negra é um coletivo formado por Carolina Piai Vieira, Pedro Vinicius Alves e Raissa Albano, e surge para pensar, revisitar, conhecer e ressignificar alguns territórios negros históricos em São Paulo, lugares de resistência ou espaços que foram utilizados para venda, tortura ou execuções de pessoas escravizadas e que hoje têm nomes e significados que apagam essas histórias – muitas vezes inclusive as contradizem.
Ilha em mim
“Ilha em mim” ativará um mapa da Ilha do Bororé (Grajaú, São Paulo-SP) a partir de narrativas construídas coletivamente sobre o território e suas expressões. A instalação se desdobra de um conjunto de ações colaborativas: a produção da base do mapa e a expedição para coleta de terra em locais simbólicos da ilha. Os participantes depositaram punhados de terra no mapa, ativando a obra de maneira dupla: como obra no espaço expográfico e como experiência coletiva territorial. Carolina Clasen e Jorge Bassani são integrantes do projeto de extensão Bororé ao Mundo. Com realização dos alunos e ex-alunos do Adrião Bernardes, única escola pública de ensino fundamental e médio na Ilha e supervisão dos professores da escola em cooperação com os pesquisadores do GeMAP – FAUUSP. Wellington Néri (Tim) é artista, educador e agente marginal, aquele que age a partir da margem. Integrante do Imargem, iniciativa multidisciplinar que une arte e meio ambiente, e tem o propósito de instigar a reflexão sobre os potenciais e problemas da sociedade a partir das periferias (margens) até o centro da cidade.
Mesas de debate
Repensar racialmente os diversos territórios existentes neste projeto de nação é urgente na medida em que a raça foi uma das primeiras etapas sociopolíticas nesta invasão. A permanente estrutura brasileira se desenvolve na invasão de brancos em sociedades julgadas não brancas.
FICHA TÉCNICA
Curadora residente – Representante do IABsp: Sabrina Fontenele | Equipe Curatorial Travessia: Carolina Piai Vieira, Larissa Francez Zarpelon, Louise Lenate Ferreira da Silva, Luciene Gomes, Pedro Cardoso Smith, Pedro Vinícius Alves, Raíssa Albano de Oliveira, Thiago Sousa Silva, Viviane de Andrade Sá | Artistas convidados: Arquitetura na periferia (Minas Gerais), Banga Nossa (Angola), Christophe Hutin (Paris, França), Coletivo Coletores (São Paulo), Dele Adeyemo (Nigéria, Reino Unido), Francis Kéré (Gando, Burkina Faso), Jaime Lauriano (São Paulo), Mona Rikumbi (São Paulo), Mouraria 53 (Bahia), Uýra Sodoma (Amazonas).